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"7 DIAS EM ENTEBBE" de José Padilha ("Tropa de Elite" & "Narcos")


O cineasta brasileiro José Padilha tem deixado sua marca na sétima arte e mundialmente, com seus trabalhos voltados para a política e o social como um todo. Inicialmente chamou atenção dos críticos com o documentário baseado em uma historia real, “Ônibus 174 (2002)”. Seus próximos filmes, a saga do capitão Nascimento do BOP da cidade do Rio de Janeiro, “Tropa de Elite (2007)” e “Tropa de Elite: O Inimigo é Outro (2010)”. O primeiro levou o Urso de Ouro do Festival de Berlim 2008. Ambos falavam da corrupção do sistema político carioca e da policia local.

Em 2014, realizou em seu primeiro filme norte-americano, o reboot do clássico anos 80 “Robocop” e no ano seguinte, produziria a aclamada serie do canal Netflix “Narcos (desde 2015)” sobre o traficante colombiano Pablo Escobar. Mais recentemente lançou, também pelo Netflix, a série “O Mecanismo (2018)” sobre as investigações da Operação Lava-Jato. Voltando ao cinema, traz a história baseada em fatos verídicos, “7 Dias em Entebbe (7 Days in Entebbe, 2018)”. Sobre o seqüestro de um vôo comercial com mais de 250 pessoas, entre passageiros e tripulação.


O fato ocorreu em 1976, num vôo entre Tel Aviv e Paris, onde dois alemães e dois palestinos, simpatizantes do Movimento da Frente Popular para a Liberação da Palestina, o desviam para Uganda. Eles são levados para o aeroporto desativado de Entebbe (capital de lá). Do lado alemão temos o casal Wilfried Böse (Daniel Buhl, o Barão Zemo de “Capitão América: Guerra Civil, 2016”) e Brigitte Kulhmann (Rosamund Pike de “Garota Exemplar, 2014”).

O então Primeiro Ministro Yitzhak Rabin (Lion Ashkenazi) e o Secretario da Defesa Shimon Perez (Eddie Marsan da franquia “Sherlock Holmes”) discutem o que fazer a respeito sobre o ocorrido. Enquanto o primeiro busca uma solução pacifica, já o segundo prefere uma intervenção militar com as Forças Especiais Israelenses. Os seqüestradores pedem cinco milhões de dólares como resgate e a libertação de 53 presos políticos palestinos. Daí o mote para “7 Dias em Entebbe”.


Padilha como hábil cineasta leva a trama entre dois arcos para guiar o espectador. A tensão vivida pelos reféns em Entebbe e o grupo tático se preparando para salva-los. Entre os soldados temos Zeev Hirsch (Ben Schnetzer), que está preocupado com a namorada, que irá se apresentar em um espetáculo de dança. Que destaca seu ato final, onde temos a estréia da apresentação juntamente com a ação das Forças Especiais para resgatar os sequestrados. Ela ficou conhecida como “Operação Thunderbolt”. As seqüências de dança (que abrem e fecham a película) são coreografadas pelo israelense Ohad Naharin.


Assim vemos os dilemas vividos por Böse e Brigitte, desde seu treinamento com armas na Palestina, já em ação no vôo e em terra. Buhl está ótimo. Com o decorrer do tempo, ele começa a se questionar. Se esta fazendo a coisa certa. Vemos isso em dois momentos distintos. Quando auxilia uma idosa, que tem um surto psicótico. E percebe que ela é uma sobrevivente dos campos de concentração nazistas da Segunda Guerra Mundial.

Ou quando conversa com o engenheiro do avião Jacques Le Moine (Denis Ménochet de “Bastardos Inglórios, 2009”). Ele lhe pergunta o porquê de fazer isso e qual era sua profissão na Alemanha. Böse apenas responde que é “editor de publicações revolucionárias” e o outro retruca, “um engenheiro vale por 50 revolucionários”. Ele está consertando o encantamento da instalação onde estão os reféns e os seqüestradores. 

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