Paul Thomas Anderson é um dos poucos diretores da
atualidade com uma assinatura própria. Seus trabalhos sempre retratam a alma do
ser humano. Em especial, as relações familiares e os enigmas do amor. No
primeiro caso, temos o emblemático “Magnólia
(1999)”, um conto com nove personagens e o elogiadíssimo “Sangue Negro (2007)”, sobre um magnata
do petróleo e sua relação com o filho. Já no segundo, temos o polêmico “Boogie Nights: Prazer Sem Limites (1997)”,
sobre uma estrela em ascensão no cinema pornô anos 70 e o romântico “Embriagado no Amor (2002)”.
Agora
ele traz uma mescla dos citados acima em seu mais novo trabalho, “Trama
Fantasma (Phantom Thread, 2017)”. Estrelado pelo talentoso Daniel Day-Lewis, com quem trabalhou em
“Sangue Negro”. Pelo qual ganhou sua
segunda estatueta do Oscar para Melhor Ator daquele ano. Sendo também sua
aposentadoria na sétima arte. Anunciado pelo próprio em entrevistas. Voltando a
película, aqui ele é o renomado estilista de moda Reynolds Woodcock.
Estamos
em Londres no pós-guerra. Uma pessoa metódica e tem o auxilio da irmã mais
velha Cyril (Leslie Manville). Cuida
da parte administrativa dos negócios, deixando o irmão livre para criar
vestidos para a alta sociedade britânica. Que inclui trabalhos para a realeza
em toda Europa. Um senhor bonito, inteligente, porém solitário viaja até sua
casa de campo. Woodcock vai lá quando está estressado.
No
caminho, para em um restaurante. Conhece a garçonete Alma (Vicky Krieps) e se encanta pela sinceridade e simplicidade de sua
persona. A convida para ir até sua casa depois do trabalho. Ele a leva para seu
estúdio e começa tirar suas medidas para lhe montar um vestido. Mais tarde,
Cyrill chega e o ajuda. Encantados um pelo outro, Woodcock leva Alma está sua
casa em Londres. E se tornando sua musa inspiradora e modelo.
Assim
temos o mote de “Trama Fantasma”.
Com uma história que evolui em camadas. De inicio vemos o costureiro exibindo
sua personalidade forte, mas que esconde um segredo que o impede de se
relacionar uma mulher. Vicky Krieps,
vinda de Luxemburgo, sua personagem vira o mundo de Woodcock 360 graus. Que se
abre para ela, seu apetite pelo amor incondicional. Revelando inclusive o
porquê é tão difícil se relacionar com outra pessoa.
Day-Lewis como grande ator que é, mostra os
conflitos vividos por Woodcock. Por exemplo, seu café da manhã deve ser em silencio.
Nenhuma palavra ou ruído de quem está o acompanhando. Caso ocorra algo, seu dia
é estragado. Quando ele e Alma se casam, viajam para os Alpes suíços na lua de
mel. No café da manhã, Alma passa a manteiga e mastiga a torrada com uma
voracidade que o incomoda.
Anderson é um hábil cineasta, vai apresentando
as camadas de “Trama Fantasma”. Onde o jogo de sedução entre Woodcock e Alma é
visto aos poucos. Cada um se conhecendo e cedendo aos caprichos do outro. Por
exemplo, ela por seu mais nova quer viver um pouco. Por exemplo, querendo ir a
uma festa de virada de ano. Ele não quer sair, mesmo assim, ela vai. Passado
certo tempo, Woodcock corre atrás de Alma. Chegando lá, ele a vê se divertindo
em meio ao publico. Sentindo ciúmes com a situação, vai até ela e a levando
para casa.
Comentários
Postar um comentário