O rito de passagem da vida adolescente para a adulta, é uma tema recorrente na sétima arte. Rendendo bons filmes, em especial nos anos 80 com o cineasta John Hughes que realizou “Clube dos Cinco (1985)”, “A Garota Rosa Shocking (1986)” e seu maior sucesso “Curtindo A Vida Adoidado (1986)”. Mais recentemente tivemos o cultuado “Juno (2007)” e o elogiadíssimo “Vantagens de ser Invisível (2012)”.
Agora
chegou a vez da atriz Greta Gerwig
explorar o tema. Mais conhecida do cinema independente norte-americano, faz sua
estreia atrás das câmeras em “Lady Bird: A Hora de Voar (Lady Bird, 2017)”.
Muitos têm chamado a película como autobiográfica, mas ela tem negado isso veemente.
Só comentou que há passagens que lembram sua adolescência, mas não é o que
aconteceu no passado. Com isso dito, vemos a jovem Christine McPherson, que
agora deseja ser chamada de Lady Bird, discutindo com sua mãe Marion que quer
sair da sua cidade natal Sacramento (Califórnia) para ir estudar em Nova York.
Marion
não concorda, pois deseja que a filha estude mais perto de casa. Lady Bird está
cansada da sua rotina na cidade. Ela quer sair de lá e sentir a cultura de
outro lugar. O problema que suas notas são muitas baixas para conseguir uma bolsa
ou mesmo se inscrever em na universidade que deseja. Participa do teatro da
escola, mas não é boa suficiente para conseguir o papel principal.
Engata
um namoro com Danny, que mora na casa de seus sonhos em Sacramento. Apesar do
clima romântico, ela descobre que o namorado está passando por uma crise de
identidade. Se afastando da melhor amiga Julie e se aproxima da garota mais
popular da escola Jenna. Junto a isso, conhece o intelectual e “cool” Kyle. Em meio
a isso, a relação conflituosa com a mãe, um misto de amor e descontentamento de
ambas as partes.
Assim
rola a jornada de Lady Bird. Sua interprete Saoirse Ronan (“Desejo & Reparação, 2007”) sintetiza o jovem de
hoje. A sensação de “crescer logo” para se virar sozinho, que é mais esperto
que todos à sua volta e a ansiedade de “ser mais” do que aparenta. A mãe é feita pela veterana Laurie Metcalf (a mãe do nerd Sheldon
Cooper da serie de TV “Big Bang Theory, desde 2007”). O relacionamento das duas
dá o tom da película. Apesar de todos os percalços (alegrias e tristezas), mãe
e filha se mantêm unidas e o sentimento de amor não é deixado de lado. Para
acompanha-las temos:
Lucas Hedges (“Manchester
à Beira-Mar, 2016”) como Danny; Beanie
Feldstein é Julie; Odeya Rush é
Jenna e Timothée Chalamet (indicado
ao Oscar de Melhor Ator 2018 por “Me Chame pelo Seu Nome”) faz Kyle. Greta que
escreveu o roteiro nos traz um retrato honesto e sincero, não só sobre quando
deixamos a adolescência para tornarmos responsáveis pelos nossos atos. Mas como
uma mãe e uma filha podem ter uma boa relação. Por terem tanto em comum quanto
desejam ter. Consciente ou não disso.
Comentários
Postar um comentário