Guillermo del Toro é um cineasta que tem sua marca própria.
Mesclando o terror e o fantástico como poucos nos dias de hoje. Um bom exemplo
é o cult “A Espinha do Diabo (2001)”
e o aclamado “Labirinto de Fauno (2006)”,
este ultimo indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro daquele ano. Realizou
trabalhos de encomendas como a continuação do caçador de vampiros Blade em “Blade II (2002)” e na adaptação do herói
das HQ’s Hellboy no filme homônimo de
2004 e na sua continuação “Hellboy: O
Exército Dourado (2008)”.
Auxiliou
Peter Jackson na produção e no roteiro da saga “O Hobbit (2013 a 2015)”. Mais tarde faria a aventura scifi “O Circulo de Fogo” em 2013, uma homenagem aos antigos filmes de
monstros do Japão. E em 2015, o romance gótico “A Colina Escarlate”, uma clara referencia aos seus trabalhos de inicio
de carreira. E seguindo a pegada deste, temos seu mais recente filme, “A
Forma da Água (The Shape of Water, 2017)”. Estamos
na década de 60, em plena Guerra Fria. Logo conhecemos a jovem muda Elisa
Esposito, em sua rotina num apartamento alugado em cima de uma sala de cinema. Tem como
vizinho, o pintor Giles, um amante do cinema e que tem vários gatinhos como
companhia. Faz seu café da manhã, toma banho na banheira, prepara seu almoço e
depois vai ao trabalho como faxineira em uma instalação militar secreta do
governo norte-americano.
Tem como
companheira de trabalho, a desbocada Zelda. Que lhe conta toda sua vida ao lado
do marido. Até que chega a instalação, algo que pode mudar totalmente a vida de
Elisa. Junto a isso, conhece o coronel Strickland. Um homem de postura firme e imponente.
Mais tarde, ela e Zelda são chamadas pelo cientista de lá, dr. Robert
Hoffsteller, para fazer uma limpeza de emergência no laboratório. Pois Strickland
foi atacado e há sangue em todos os cantos dele. Durante
a limpeza, Elisa vê uma piscina e uma câmera cheia d’agua.
E neste ultimo,
surge uma criatura. Que de inicio a assusta. Mas ao mesmo tempo, a encanta. Fazendo
com que vá visita-la na sua hora de almoço. Para se aproximar dela, lhe oferece
parte dele. E aos poucos, Elisa e a criatura criam um vinculo de amizade inimaginável.
Por exemplo, ela leva sua vitrola portátil para ouvirem musica. Elisa usa seu esfregão
para fingir que estão dançando juntos, enquanto a criatura a vê pela câmera.
Assim
temos o mote inicial de “A Forma da Água”. Com del Toro nos
trazendo este conto de fadas com ares de cinema fantástico e uma pitada de
critica social. Elisa é interpretada de forma esplendorosa e magnética por Sally Hawkins. Seu personagem
representa como o preconceito com aqueles que são diferentes ainda é relevante
atualmente. Ela, bem como a criatura, sofrem por isso. Esta é feita pelo parceiro
de del Toro, Doug Jones, um
especialista como Andy Serkis, em fazer personagens por captura de movimento e
com uma maquiagem pesada por todo seu corpo. Ele fez o anfíbio Abe Sapien nos
filmes do Hellboy.
Zelda
é feita pela ótima Octavia Spencer (Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por "Histórias Cruzadas, 2011") Uma
clara representação de como o machismo e o racismo nos EUA ainda estão presente.
Giles tem como interprete Richard Jenkins,
um homem que não soube assumir sua homossexualidade e sofre as consequências por
isso. Já
Strickland é interpretado por Michael Shannon
(o General Zod de “O Homem de Aço, 2013”)
simplesmente perfeito como o vilão da vez. Representando o “verdadeiro monstro”
de “A Forma da Água”. Onde a intolerância e o medo pelo desconhecimento ainda
aflige o ser humano. O dr. Robert Hoffsteller é feito por Michael Stuhlbarg, visto recentemente no drama indie “Me Chame Pelo Seu Nome (2017)”.
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