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"A GRANDE JOGADA" de Jessica Chastain


Contos sobre a vida real trazem boas histórias para a sétima arte. Desde as edificantes como o drama “Um Sonho Possível (2009)” sobre a adoção de um jovem negro por uma moça branca de posses ou outras que discutem o caráter duvidoso de seu personagem principal como o corretor financeiro Jordan Belfort em “O Lobo de Wall Street (2013)”. Seguindo a formula deste último temos “A Grande Jogada (Molly’s Game, 2017)”, estrelado por Jessica Chastain de “A Hora Mais Escura (2012)”.

Baseado na historia real de Molly Bloom, conhecida na terra do tio Sam como a “Princesa do Pôquer”. O livro escrito pela própria foi adaptado e se tornou a estreia na cadeira de diretor, de um dos mais renomados profissionais do meio, o roteirista Aaron Sorkin. Conhecido por ter trazido para a TV dos EUA a serie “West Ring: Nos Bastidores do Poder (1999 a 2006)”. Que nos mostrava o que rolava entre as quatro paredes da Casa Branca. E escreveu o roteiro do drama militar “Questão de Honra (1992)” e o conto sobre a origem do Facebook, “A Rede Social (2010)”. Por este ultimo levou para casa a estatueta do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado daquele ano.


Agora ele nos traz a história de Molly. Esta é interpretada por Chastain. Conhecemos sua juventude como uma das melhores esquiadoras do país. Devido a um acidente numa competição que lhe daria a vaga no time olímpico, teve que desistir da carreira. Resolve a contragosto dos pais, ir para Los Angeles tentar a sorte. Trabalhando inicialmente como garçonete, conhece o agiota Dean Keith (Jeremy Strong). Que oferece um emprego como secretaria.


Junto a isso, inicia sua jornada pelos jogos ilícitos. Keith organiza um encontro secreto num bar em Sunset Strip, que envolve atores de cinema, empresários e criminosos para uma partida de pôquer com altas apostas. Com sua inteligência acima da media e muito perspicaz, Molly acompanha o jogo em seus mínimos detalhes. Aos poucos, vai ganhando a confiança dos jogadores, ganhando inclusive boas e gordas “gorjetas”.


A personagem narra sua história com seus altos e baixos. Muda o nome daqueles que fazem parte dela para proteger suas identidades. Como por exemplo, o melhor jogador da mesa, chamado de “Jogador X”. Este é feito por Michael Cera (do indie “Scott Pilgrim contra o Mundo, 2010”). Com ele, inicia sua empreitada. Em um hotel luxuoso em LA, levando consigo todos os jogadores que estavam com Dean. As coisas vão bem até que discute com Jogador X, pela divisão dos lucros. Este a trai e a deixando na mão literalmente.


Fazendo com que comece de novo em Nova York. Lá vive seu período mais lucrativo. Com seus contatos, membros da máfia russa fazem parte da jogatina. As coisas vão tão bem, que chamam atenção do FBI. É presa numa batida, após fugir de lá quando foi avisada por um dos seus fregueses, Douglas Downey (Chris O’Down). Com todos seus bens apreendidos, vai até o escritório do advogado Charles Jaffey (Idris Elba, o Heimdall do Universo Cinematográfico Marvel).


De inicio, Jaffey recusa o caso. Aos poucos, vai entendendo as ambições de Molly e aceitando defende-la. Assim temos a trama de “A Grande Jogada”. Com Sorkin fazendo uma boa estreia como diretor, pegando referencias com quem trabalhou anteriormente. Como por exemplo, David Fincher, que dirigiu “A Rede Social”.

O trabalho ágil de edição e a narrativa da história, onde Molly conta sua história na primeira pessoa e lembrando o formato utilizado pelo mestre do cinema Martin Scorsese em suas películas como “Cassino (1995)” e “O Lobo de Wall Street” em especial. Onde as loucuras de Jordan usando drogas são substituídas pela ganancia desenfreada de Molly.


Jessica traz uma das suas melhores interpretações na tela grande do cinema. Exibindo todo empenho da personagem pelo enriquecimento fácil. E mostrando todo seu foco a respeito. Não se deixando seduzir por coisas menores como drogas. Ela só as usa para se manter atenta a tudo que ocorre ao seu redor. Ao lado dela, temos o veterano galã Kevin Costner (Oscar de Melhor Diretor pelo faroeste “Dança com Lobos, 1990”) como o pai de Molly, o psicanalista Larry Bloom. 

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