“A
ultima noite na Terra” parafraseando a canção do U2 é como podemos descrever o último show da turnê comemorativa dos
30 anos do disco mais emblemático da banda, The Joshua Tree. Matando dois coelhos em uma cajadada só, é o
quarto e último show deles em nossa terra brasilis. Um misto de ansiedade e
alegria por estar testemunhando este evento único. O grupo que faz parte da
vida e do dia-a-dia deste que vos escreve. As canções deste mítico disco se
misturam com a minha história, bem como daqueles que estavam nas quatro
apresentações no estádio Cícero Pompeu
de Toledo. Mais popularmente conhecido pelos boleiros de plantão por “Panettone”.
A abertura ficou a cargo do
ex-carrancudo e agora bem-humorado guitar hero Noel Gallagher ao lado da sua banda High Flying Birds. E provando mais uma vez que o Oasis faz parte de
seu glorioso passado musical. Se mostrando mais relevante sozinho do que ao
lado do irmão Liam. Mesclando o cancioneiro da sua curta carreira solo como “Everybody’s on the Run”, que abriu os
trabalhos, “In The Heat of the Moment”
e a nova “Holy Mountain” com canções
do Oasis como uma belíssima e
emocionante versão para a clássica “Champagne
Supernova” e tirando do baú, “Half
The World Away”. Juntamente com uma versão destruidora de “Little by Little”. Ganhando os presentes
com “Wonderwall”, que é iluminada
pelos celulares ligados. Fechando com chave de ouro com “Don’t Look Back in Anger” em formato acústico e seu maior sucesso
solo “AKA ... What A Life”.
Com o hit anos 80 “The Whole of the Moon” dos Waterboys
rolando nas caixas de som do estádio, é a deixa para suas luzes apagarem e a
torre central ilumina-lo. Com o passar da canção cada membro do U2 sobe ao palco para delírio de todos.
Eles se dirigem a uma área central onde
temos um mini palco montado e Larry já inicia o show com as batidas do clássico
“Sunday Bloody Sunday” seguido de
outro hino U2, “New Year’s Day”. Pequena pausa para um papo com a galera, Bono diz que esse é o ultimo show da
turnê e se for para a banda acabar (tipo um atentado) essa noite na cidade de São
Paulo, morreriam felizes. É a deixa para a balada “Bad”. Dedicada ao camaleão do rock David Bowie. Devidamente citado
com “Heroes”. “Pride (In The Name of Love)” é o fim da primeira parte da
apresentação. Com todos entoam seu
refrão “In the name of love”, o U2 se
dirige ao palco principal ao som dos primeiros acordes da messiânica “Where The Streets Have No Name”. A
emoção vai à flor da pele literalmente. Ilustrada no telão por uma estrada sem
fim.
Seguida pela religiosa
“I Still Haven’t Found What I’m Looking
For” e a balada das baladas “With or
Without You”. A temperatura
esquenta com a hendrixiana com pitadas de LZ “Bullet The Blue Sky”. Bono
está com uma handcam e filmando The Edge,
Adam e Larry. The Edge “senta a mão” nas seis cordas da sua
guitarra. A poeira abaixa com a balada country “Running To Stand Still”, com direito a solo de gaita de Bono.
O soul está presente em “Red Hill
Mining Town”. O messianismo está de volta com “In God’s Country”.
É a vez do smash country blues “Trip Though Your Wires”. A agridoce
“One Tree Hill” dá as caras. O contrabaixo pulsante de
Adam introduz a poderosa “Exit”. Com Bono de volta aos tempos de “Rattle
& Hum (1988)” usando um chapéu de cowboy e encerrando a segunda parte com a
canção em homenagem as mães dos desaparecidos políticos em El Salvador, Chile e Argentina com “Mothers of the Dissapeared”.
Contando com a participação de Daniel
Lanois. Um dos produtores de “The Joshua Tree”.
Outra pequena pausa e a parte final
começa com “Beautiful Day”. Seguida
da arrasa quarteirão a la T-Rex de Marc Bolan “Elevation”. Ao final dela, a câmera de dirige para trás da bateria
de Larry. Que está usando uma camiseta com os dizeres “Amor, Ordem & Progresso”. Virando
para ela, batendo no peito e dando um “Tamo
Junto”. Como bem dizemos para os nossos melhores amigos. E encerrando com a
vibrante “Vertigo”. Com
Bono citando trechos de “Live
Forever” do Oasis.
O bis começa com o mais recente single
“You’re The Best Thing About Me”. Bono dedica a próxima canção a todas as
mulheres presentes no estádio, do Brasil, da equipe de produção e do mundo, “Ultraviolet (Light My Way)”. No telão,
mulheres que fizeram e/ou fazem parte da história mundial como Irmã Dulce e
mais recentemente a atriz global Taís Araújo. Vitima recente de preconceito
racial nas redes sociais.
E para encerrar uma noite perfeita
temos “One”. Bono brinca sobre os papeis do homem (destacando como ele é importante para o crescimento da população. Não importando o tamanho do "membro". Seja pequeno, mediano ou grande) e da mulher, a
importância deles para a sociedade. Deixando seu recado onde cada UM deve
cuidar do outro. Bem como do seu próximo. E abalando “as já frágeis” estruturas
do estádio com “I Will Follow”. Um
final destruidor e inesperado por todos que testemunharam esta apresentação
histórica em nosso país tupiniquim.
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