Filmes
de guerra nos dias de hoje, nos mostram um retrato mais real daqueles tempos. Seja
antigamente (Ex.: Primeira ou Segunda Guerra Mundial, Conflitos locais como a
Guerra do Vietnã) ou atual (como a Guerra do Golfo e contra o terrorismo, por
exemplo, Al-Qaeda). Enquanto na era de ouro do cinema tivemos clássicos como
“Sem Novidades no Front (1930)”, “A Ponte do Rio Kwai (1957)”, “Fugindo do
Inferno (1963)” e “O Mais Longo dos Dias (1962)”, por exemplo.
Que nos davam
uma ideia da dura realidade vivida pelos soldados nos campos de batalha. Já
em 1998, o mago Steven Spielberg nos trouxe seu olhar apurado para este momento
triste na história da humanidade com “O Resgate do Soldado Ryan”. Trazendo a
invasão do exercito aliado na praia da Normandia que ficou conhecido como o
“Dia D”. Com explosões, tiros e membros dilacerados (Ex.: braços e pernas), com
sangue respingando na telona, vistos de perto, como se estivéssemos em cena ao
lado dos atores.
Uma
sensação de realidade que traz certo incômodo para o espectador. Mas ao mesmo
tempo, sente-se em partes, o que foram testemunhas vivas do ataque à Normandia.
“O Resgate do Soldado Ryan” atualizou o gênero “filme de guerra”. Onde a ficção
se torna uma realidade em todos os sentidos. Para exemplificar isso o mítico
cowboy Clint Eastwood realizou “A Conquista da Honra (2006)”, “As Cartas de Iwo
Jima (2006)” e mais recentemente, “Sniper Americano (2014)”. Em meio a isso,
Spielberg e Tom Hanks produziram os seriados televisivos “Band of Brothers (2001)”
e “The Pacific (2010)”.
Agora
chegou a vez do responsável pela trilogia do Cavaleiro das Trevas Batman, Christopher Nolan, invadir essa praia
cinematográfica com “Dunkirk (2017)”.
Baseado no fato histórico em 1940 durante a Segunda Guerra Mundial, onde o
exercito da terra da Rainha ficou preso no arquipélago francês que dá titulo ao
filme e as poucas embarcações que resistiram ao cerco estão indo até lá para
resgatar mais de 300.000 homens das forças armadas britânicas.
“Dunkirk” é uma obra ficcional dividida
em três atos que se ligam ao seu final. Por
meio dos elementos da natureza: Terra, Água e Ar. Usando a história verdadeira ao
seu lado, Nolan nos brinda com sua
visão sobre o ocorrido. Na Terra, os soldados tentam sobreviver aos ataques
constantes dos aviões nazistas. O mesmo acontece com os poucos navios enviados
pela Frota Naval Inglesa. Pelo ar, uma esquadrilha formada por três aviões vão
até Dunkirk. Pelo mar, civis são convocados pela Marinha Britânica para ajudar
no resgate dos soldados. Cada
ato tem seu núcleo.
O jovem Fionn
Whitehead é Tommy, que vê seu pelotão ser dizimado nas ruas da cidade na contínua sequencia de abertura. Chegando à praia e vendo vários soldados
como ele, esperando sair de lá o mais rápido possível. Enquanto isso, temos o Sr.
Dawson (Mark Rylance, Oscar de
Melhor Ator Coadjuvante por “Ponte de Espiões, 2015”) levando seu filho Peter (Tom Glynn-Carney) e o ajudante George (Barry Keoghan) em seu barco particular
para ajudar no resgate em Dunkirk, no seu caminho salvam um soldado (Cillian Murphy, o Espantalho de “Batman
Begins, 2005”) que estava à deriva em uma embarcação.
Nos
céus temos os aviões ingleses, modelo Spitfire, pilotados por Farrier (o novo
Mad Max Tom Hardy), Collins (Jack Lowden) e seu líder de esquadrão
(onde só ouvimos sua voz feita pelo veterano Michael Caine) que rumam até Dunkirk para abater a armada nazista
(bombardeiros Luftwaffe) que ataca o local. Assim temos o mote de “Dunkirk”. Christopher Nolan nos leva a
uma viagem aos limites do ser humano. Quais ações ele tomará diante de uma
situação de tensão extrema quando colocado no campo de batalha.
Em “Dunkirk”, o espetáculo fica para
atuação do seu elenco. O suspense crescente vivido por eles. Isso se deve também
ao colaborador musical de Nolan, Hans Zimmer. Com o tique taque do relógio
interno das pessoas junto a uma trilha musical minimalista. Onde a cada segundo
vivido na praia, os levará a cometerem atos que não fariam se estivessem em seus
lares.
Por exemplo,
Tommy conhece em terra, outro soldado (Aneurin
Barnard) que lhe responde através de gestos e olhares, criando uma parceria
improvável, onde juntos buscam por alternativas para sair de lá. Em uma das
tentativas, conhecem Alex (o cantor Harry
Styles da boy band One Direction). Soldado que se junta a eles, mas que se desconfiado
sobre quem é o amigo de Tommy.
No mar,
Peter discute com o pai, Sr. Dawson, se vale a pena arriscar a vida deles. Com sequencias
de tirar o folego, Farrier e seu companheiro de voo Collins lutam contra caças
nazistas, que trazem na memoria as melhores cenas de “Top Gun: Ases Indomáveis
(1985)”. Como é de praxe, esteticamente as
películas de Nolan se destacam.
Fotografia, figurino e a direção de arte são de encher os olhos, por causa da
sua riqueza em detalhes. Os tons acinzentados criados pelo diretor de fotografia
Hoyte Van Hoytema, garantem
autenticidade em cena. Com uso das pesadíssimas câmeras IMAX.
James D’arcy (o Jarvis da serie de TV Marvel, “Agente
Carter, 2015-16”) e o diretor shakespeariano Kenneth Branagh (que realizou o filme Marvel do Deus do Trovão "Thor, 2011") interpretam o Coronel Winnant e o Comandante Bolton respectivamente. Cadeia
de comando em Dunkirk e responsáveis pela evacuação dos soldados no píer local.
O personagem de Branagh é baseado no
real Comandante de Dunkirk James Campbell Clouston.
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