Ben Affleck & "A LEI DA NOITE"

Desde o canastrão Ben Affleck enveredou para uma nova área dentro do cinema, ele surpreendeu a todos. Inclusive este que vos escreve. No caso, Affleck assumindo a cadeira de diretor para seus projetos pessoais. O primeiro foi o drama “Medo da Verdade (2007)” estrelado pelo irmão Casey Affleck. Em 2010, fez o excepcional filme de assalto “Atração Perigosa” e em 2012, o suspense baseado em fatos reais “Argo”. Que levou o Oscar de Melhor Filme daquele ano. Ambos estrelados por ele. Antes ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original por “Gênio Indomável” em 1997, escrito ao lado do amigo Matt Damon. 

Agora ele nos traz “A Lei da Noite (Live by Night, 2016)”. Baseado no romance escrito por Dennis Lehane. A obra original se chama “Os Filhos da Noite (2012)” que conta a história do gangster Joe Coughlin. Aqui repetindo a parceira com o autor, iniciada em “Medo da Verdade”. Affeck em seus projetos é o diretor e se responsabiliza pelo roteiro. Seja original ou adaptado. Mais uma vez fazendo o personagem principal, ele narra em Off a jornada de Joe. Desde os primeiros assaltos a banco e sua ascensão como criminoso na lei seca nos EUA. Falando também dos tempos em que foi soldado na Primeira Guerra Mundial. 

Mais tarde, vai trabalhar com Albert White (Robert Glenister), gangster de descendência irlandesa. A ação da película ocorre nos anos 20. Se envolvendo com a amante de White, Emma Gould (a bela inglesa Sienna Miller de “Sniper Americano, 2014”). Vive cladestinamente e é vigiado de perto pelo pai Thomas (Brendan Gleeson, o Mad Eye Moody da saga Harry Potter). Um respeitado policial da cidade de Boston. O romance de Joe e Emma é descoberto por Albert. Manda espanca-lo e é preso pelo pai, acusado de matar dois policiais em um assalto mal sucedido. Já Emma some da sua vista. Joe cumpre o tempo na prisão, quando é solto. Descobre que o pai faleceu. Resolve pedir auxilio ao mafioso italiano Maso Pescatore (Remo Girone), para seu plano de vingança contra White. Pescatore enxerga uma oportunidade de se livrar do irlandês. 

A cidade de Ybor em Tampa (Florida), que parte do seu império, é responsável pelo transporte de rum por todo país em meio à lei seca.  A gangue de White tem atacado os carregamentos de bebida vindos de Ybor. Fazendo com Joe dê um jeito na situação. Reencontra o melhor amigo e parceiro de assalto Dion Bartolo (Chris Messina). Junto a ele, conhece os contatos de Maso na cidade. Como a cubana Graciela Corrales (a guardiã da galáxia Zoe Saldana). Que com o irmão, um próspero comerciante, influentes dentro da comunidade cubana da cidade. Joe enxerga uma oportunidade de prosperar e sair da vida de crime de uma vez por todas. Mas para isso, precisa passar por cima (ou se aliar) à polícia local. 

Representada pelo xerife Irving Figgis (Chris Cooper). Descobre que ele tem uma filha, Loretta (Elle Fanning de “Malévola, 2014”). E o cunhado nele, Pruitt (Matthew Maher). Um membro ativo da Ku Klu Klan. Que viria causar problemas a Joe e suas conexões. Assim temos a trama de “A Lei da Noite”, recheada de reviravoltas e ação como os velhos filmes de gangster como “Scarface: Vergonha de uma Nação (1932)” e “Seu Último Refúgio (1941)”. Esteticamente Affleck mostra que usou bem as referências deixadas pelos clássicos “O Poderoso Chefão” e “Os Bons Companheiros”. Onde os figurinos e a reconstituição de época estão perfeitos. Com certo ar de filme noir, temos três femme fatale representadas por Sienna, Elle e Zoe para os momentos determinantes na caminhada de Joe.