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"ATÉ O ÚLTIMO HOMEM"


Filmes de guerra ganharam um novo contorno a partir de “O Resgate do Soldado Ryan (1998)” do mago Steven Spielberg, onde sua câmera passeia em meio ao caos dos campos de batalhas. Isso é muito bem exemplificada na estupenda sequencia de abertura da película, são quase 15 minutos de um espetáculo visual que mescla efeitos especiais e a tensão vivida pelos soldados com perfeição. Fazendo com o publico se sinta dentro dela.

A partir dai tivemos outros cineastas seguindo o mesmo exemplo como o mítico cowboy Clint Eastwood com “A Conquista da Honra (2006)” e “Cartas de Iwo Jima (2006)”. Onde temos os dois pontos de vista da batalha pelo arquipélago asiático Iwo Jima, o lado dos aliados e dos japoneses. Por este ser um ponto estratégico e determinante da Segunda Guerra Mundial.


Agora é a vez do mad Mel Gibson nos dar sua visão única ao tema. Ele conta a história do soldado Desmond Doss, que lutou na batalha de Okinawa na cordilheira Hacksaw e se destacou por não pegar em uma arma durante o conflito. Salvando mais de 75 soldados. Aqui ele é interpretado por Andrew Garfield, o Peter Parker da franquia “O Espetacular Homem-Aranha”. O filme ganhou o titulo “Até O Último Homem (Hacksaw Ridge, 2016)”.

O conto sobre Desmond foi dividido em três atos. No primeiro, temos sua formação na infância ao lado do irmão mais velho Hal e os pais Tom (Hugo Weaving, o sr. Smith da saga Matrix) e Bertha (Rachel Griffiths do seriado televisivo “Brothers & Sisters de  2006 a 2011”). Sua formação religiosa é a base de tudo. Adventistas por natureza. Ele cresce, vendo o pai se tornar um alcoólatra, por ser um veterano da Primeira Guerra Mundial.


Já adolescente, trabalha na Igreja e enxerga uma oportunidade para seu futuro. Ajudando um rapaz que sofre um acidente e é levado para o hospital na cidade em que vive no interior da Virginia (EUA). Lá encontra a jovem que será a mulher da sua vida, a enfermeira Dorothy Schutte (Teresa Palmer, “Meu Namorado é um Zumbi, 2013”).

Desmond resolve se alistar e lutar na guerra, como médico. Indo de contra os princípios do pai. Chegando ao campo de treinamento, deixa bem claro seus ideais religiosos e morais. Onde não irá pegar em nenhuma arma de fogo. Deixando o sargento Howell (Vince Vaughn, “Os Estagiários, 2013”) e o comandante de lá, o capitão Glover (o Jake Sully Sam Worthington), incomodados com a situação. Fazem de tudo para Desmond pedir baixa, enquanto seus companheiros de batalhão não entendem seus ideais. 


Apesar de tudo, ele consegue ir para o campo de batalha. Aos poucos, o batalhão vai compreendendo seu idealismo. Em Okinawa, Desmond entende o porquê dos traumas de seu pai. Lá enxerga o desespero, o mal e os horrores das pessoas lutando umas contra as outras. Um ser humano simplesmente matando seu próximo. Por mais torto que seja o motivo. Em dois ataques a cordilheira de Hacksaw, as baixas do lado norte-americano são grandes. O que faz Desmond ficar por lá e ver se encontra algum sobrevivente.


Assim temos os três atos de “Até O Último Homem”. Com Gibson em seus trabalhos anteriores como diretor o drama “Homem Sem Face (1993)”, o épico “Coração Valente (1995)”, o religioso “A Paixão de Cristo (2002)” e o histórico “Apocalypto (2006)”, se mostrando como um habilidoso cineasta. Sabendo usar o drama do momento vivido por Desmond na medida certa. Onde dá o suporte necessário para a excelente atuação de Garfield. Merecendo sua indicação ao Oscar para Melhor Ator deste ano.

E o que foi visto nos três últimos citados, Mel nos traz o realismo da guerra. Com o sangue e a mutilação explodindo na telona do cinema literalmente. Fazendo uso de efeitos visuais à moda antiga e a mixagem de som se destaca, para dar uma sonoridade próxima daqueles que viveram este momento marcante de suas vidas. No elenco de apoio chamam atenção Vaughn como o sargento linha dura, mas de bom coração e Weaving como, torturado pelas lembranças, pai de Desmond.

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