Ao contrario
do que parece, não é nenhum filme do Universo Cinematográfico Marvel ou da DC
Comics. E sim o novo trabalho do eterno Aragon da saga do Anel Viggo Mortensen, o indie “Capitão Fantástico (Captain Fantastic,
2016)”. Aqui ele é Ben Cash, um pai
que decide morar no meio à floresta com seus seis filhos, em uma decisão conjunta
com a esposa Leslie (Trin Miller). Lá
os ensina a sobreviver de forma natural. Isto é, caçando o próprio alimento
(cervos e coelhos, por exemplo). Bem como produzi-los, com hortas orgânicas
(tomates, alface e ervas).
Ele é
um ex-professor que lhes mostra o que há de melhor em termos de musica e
literatura. Aprendem inclusive vários idiomas, como esperanto. O mais velho Bo
(George McKay) recebeu cartas de
universidades como Berkeley e MIT, mas as esconde do pai porque ele é contra com
o que é ensinado nas escolas e faculdades nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo,
Leslie está internada em um hospital psiquiátrico.
Seu mundo
vira de cabeça para baixo, quando recebe a noticia que ela se suicidou. O pai
dela, Jack (Frank Lagella de “Frost
/ Nixon, 2008”) não quer sua presença no funeral, por achar que é o responsável
pela morte da filha. E o ameaça de prendê-lo se aparecer. Sua sogra Abgail (Ann Dowd) tenta dissuadi-lo a respeito.
Ben avisa aos filhos do ocorrido e ficam transtornados. Eles querem ir ao
enterro, mas ele os convence de não irem.
Tenta
seguir com sua rotina, tendo como guia os mandamentos do filosofo Noah Chomsky.
Onde não celebra o natal e institui o dia do filosofo, que presenteia os filhos
com armas brancas. Facões no melhor estilo Rambo de ser. Ao ler o testamento de
Leslie, que deseja ser cremada. Ben resolve ir com filhos ao funeral cristão
organizado pelos pais dela. E respeitar o desejo de sua amada mulher.
No caminho,
eles sofrem com o choque cultural nos primeiros contatos com a tão critica
sociedade pelo pai. Bo e Rellian (Nicholas
Hamilton) são os que sentem mais forte. O primeiro por não conseguir
conversar direito com mulheres da sua idade. Já o segundo se fascina a
modernidade que nunca vi e sente raiva da mãe, por achar que o abandonou.
Assim
temos a trama básica de “Capitão
Fantástico”, escrito e dirigido por Matt
Ross (o Gavin Belson da serie de TV “Sillicon Valley desde 2014”). Onde ele
ilustra o atual cidadão norte-americano consumista ao extremo e ao mesmo tempo,
obeso por causa disso. Em uma das melhores sequencias da película, Ben vai
sacar dinheiro no banco onde tem conta. Junto aos filhos, em especial as
pequenas Zaja (Shreee Crooks) e Nai
(Charlie Shotwell), reparam com
todos os clientes do banco são gordos. São advertidas pelo pai e as irmãs Kielyr
(Samantha Isler) e Vespyr (Annalise Basso) para não falarem sobre
isso em voz alta e respeitarem a individualidade de seu próximo.
Discute
também sobre as utopias. A sociedade em que vivemos, onde o poder aquisitivo
representado pelos pais de Leslie é o status a ser alcançado. E o sentido de
vida no coração e mente de Ben, visto aqui como libertário, mas na verdade ditatorial.
Já os filhos não tem o livre arbítrio para seguir o próprio caminho.
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