Woody Allen é um dos mais ativos cineastas da sua geração. Fazendo pelo menos um filme por ano. Nos últimos tempos tem feito películas com seu estilo característico, um humor negro que descontrói seu jeito de ser. Isto é, fazer graça com sua persona. Judeu baixinho, narigudo, feio e um complexo de inferioridade que lhe é característico.
Nos filmes
“Um Homem Irracional (2015)” e “Magia ao Luar (2014)” isso é exemplificado nos
personagens de Joaquim Phoenix e Colin Firth respectivamente. Com um
diferencial, eles têm porte físico. Já o complexo de inferioridade, sem maiores
comentários. Agora Allen volta no
tempo, mais precisamente nos anos 30 e 40. Na época de ouro da sétima arte, em
seu mais novo trabalho chamado “Café
Society (Cafe Society, 2016)”.
Onde temos o jovem Bobby Dorfman (Jesse Eisenberg, o Lex Luthor de “Batman vs. Superman: A Origem da Justiça, 2016)”, indo até Hollywood para trabalhar com o tio Phil Stern (o polivalente Steve Carell de “A Grande Aposta, 2015”) como seu assistente pessoal. Stern é um agente de sucesso, cuida da carreira das estrelas de Hollywood. Em meio a isso, conhece a secretaria de Phil, Vonnie (Kristen Stewart, a Bella Swan da saga “Crepúsculo”).
Ela lhe
mostra os encantos da cidade. Ambos se apaixonam. Porém, Vonnie está
comprometida com Phil. Que está terminando um casamento de 25 anos por causa
dela. Fazendo com que Bobby volte a morar com a família em Nova York. Para comandar
o nightclub do irmão mais velho Ben (Corey
Stoll, o Jaqueta Amarela do filme Marvel “Homem-Formiga, 2015”). Um
gangster do bairro em que residem. Passam-se os anos, constitui família. No café
que dá nome ao filme, eles se reencontram.
Como não poderia ser diferente, a chama do amor entre eles se acende novamente. Os questionamentos também retornam. A indecisão de Vonnie se larga Phil e foge com o amor de sua vida (Bobby). Ele também pensa como largar tudo que construiu para viver o que deixou para trás. Assim temos o típico filme Allen de ser. Com a eterna discussão sobre sua religião (o judaísmo) é representada com presença dos pais Rose (Jeannie Berlin) e Marty (Ken Stott). Que conversam aos gritos e gestos, que busca se afirmar entre eles. Bem como na sociedade representada pela diferença de classes (ricos e pobres) e aqueles que atingiram o sucesso ou o fracasso pessoal, por exemplo.
Allen capricha na reconstituição de época. Em especial na fotografia, esta foi feita pelo mestre Vittorio Storaro (Oscar de Melhor Fotografia por “Apocalipse Now, 1979” e “O Último Imperador, 1987”). Que capricha nos tons beges e amarelados para a ensolarada Hollywood e nos tons pastéis ao retratar a cidade de Nova York. Em especial no café society, ponto de encontros dos intelectuais locais. O trio Eisenberg, Stewart e Carell nos exibem bem o caminho tortuoso no triangulo amoroso formado por eles. Jesse (este caracteriza de modo espetacular a personalidade de Allen) e Kristen repetem a parceria iniciada nos filmes “Férias Frustradas de Verão (2009)” e “American Ultra: Armados e Alucinados (2015)”.
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