Desde que surgiu para o
cinema, o mexicano Alejandro González
Inárritu teve como marca registrada a critica sobre o atual status do ser
humano em relação ao mundo globalizado (riqueza e pobreza) e ligado pelas redes
sociais. Em seus filmes “Amores Brutos
(2000)”, “21 Gramas (2003)”, “Babel (2006)”, “Biutiful (2010)” e no premiadíssimo
“Birdman (2014)”.
Agora ele nos traz a
adaptação do romance homônimo escrito por Michael
Punke, “O Regresso (The Revenant)”.
Inárritu escreve o roteiro ao lado
de Mark L. Smith, onde temos a
história real do explorador e guia Hugh Glass que busca por vingança contra o
homem que matou seu filho mestiço. Dado como morto após ser atacado por um urso
e ver o filho ser assassinado pelo caçador John Fitzgerald. Antes juntos, em
busca de animais para a venda de suas peles ao norte dos Estados Unidos. Estamos
em 1823.
Enfrentando as
condições mais adversas do clima na região. Inverno rigoroso, animais selvagens
e índios por toda parte. Glass busca forças para conseguir se recuperar dos
ferimentos pelo ataque e chegar ao forte de onde a expedição saiu. E assim
encontrar Fitzgerald para conseguir vingar a morte do filho.
Para ser Hugh Glass
temos Leonardo DiCaprio e o novo Mad
Max Tom Hardy como Fitzgerald. O próprio
Inárritu não define “O Regresso (2015)” como um western. Apesar
de estarmos na sua linha de tempo. E sim um filme que busca mostra como o homem
pode ser colocado além de seus limites quando enfrenta este tipo de condições, que fariam qualquer
um à morte.
A determinação de Glass
é admirável. Apesar de quase morto e sem fala, o urso cortou sua garganta. Portanto,
ele só geme. Durante o percurso de sua jornada, sobrevive de restos de animais
mortos e de frutas silvestres. E se
encontra com um índio que também busca justiça por sua família. Fora a tribo indígena
que atacou seu acampamento, na primorosa sequencia de abertura da película. Intercalados
por devaneios com a esposa falecida falando sobre o vento: “o vento que sopra
pela floresta”.
Como em seus trabalhos
anteriores, Alejandro trata a parte técnica
com maestria. Chamando Emmanuel Lubezbi,
competente diretor de fotografia, que aproveitou bem o ambiente do local. “O Regresso” foi totalmente filmado com
uso de luz natural. Isto é, a iluminação do dia e da noite, sem recursos elétricos.
Os figurinos foram criados por Jacqueline
West e o desenho de produção é de Jack
Fisk.
E o que dizer da
atuação de Leonardo DiCaprio? Ele realmente
merece todos os elogios que vem recebendo. Expressando a dor da perda do filho com
olhares e gestos. Ao
contrário de “O Lobo de Wall Street”, aqui sua performance se resume a poucas e
sábias palavras. Mas um olhar, um gesto ou mesmo um gemido já dizem tudo. Em especial
nas situações extremas que o personagem passa. Por exemplo, ao cair de um
penhasco com o cavalo.
Tom
Hardy volta a mostrar
que é um ator competente. Exibindo a selvageria e ganância daqueles tempos áridos.
O que faltou em “Mad Max: Estrada da Fúria” sobra em “O Regresso”. O que é visto no embate final entre Glass e
Fitzgerald, demonstra isso. DiCaprio & Hardy já trabalharam juntos anteriormente em "A Origem (2010)" de Christopher Nolan.
O realismo visto em
cena pode incomodar os desavisados. Em especial, o ataque do urso ou na solidão
de Glass para sobreviver às adversidades do local e seu clima gélido. Bem como
nas cenas de luta, em especial Glass e Fitzgerald. “O Regresso” conta também com a participação do General Hux de “Star
Wars: O Despertar da Força (2015)” Domhnall
Gleeson como Andrew Henry, líder da expedição.
Comentários
Postar um comentário