Remake de filmes
estrangeiros que fizeram sucesso na terra do tio Sam, já virou uma tradição. No
caso, estamos falando do elogiadíssimo drama argentino “O Segredo dos seus
Olhos (2009)” de Juan José Campanella, que inclusive levou a estatueta do Oscar
como Melhor Filme Estrangeiro daquele ano.
Por aqui se chamou “Olhos da Justiça (The Secret in Their Eyes,
2015)”. O roteiro foi adaptado por Billy
Ray, que se destacou no meio cinematográfico com trabalhos em “Capitão
Philips (2013)”, o primeiro filme da franquia “Jogos Vorazes (2012)” e no autoral
“Preço de uma Verdade (2003)”.
Na cadeira de diretor, Billy Ray assume a história do agente FBI Ray (Chiwetel Ejiofor do polemico “Doze Anos de Escravidão, 2013”) que
trabalha num caso há mais de treze anos. O assassinato da filha de sua parceira
e amiga, Jess (Julia Roberts, Oscar
de Melhor Atriz por “Erin Brokovich: Uma Mulher de Talento, 2000”). Nutrindo
uma paixão platônica e correspondida por Claire (Nicole Kidman, Oscar de Melhor Atriz por “As Horas, 2003”),
advogada da Procuraria Geral.
Com certas mudanças no
roteiro original, onde o sistema jurídico da Argentina é criticado de forma
sutil. A ação da historia funciona em duas linhas temporais, uma 2002 e outra
nos dias de hoje. O atentado de 11 de setembro ainda está nos corações dos
norte americanos e a CIA está em busca de células terroristas ao redor do país.
Mais especificamente em
Los Angeles. Ray é transferido de Nova York para lá e vai trabalhar na unidade
chefiada por Jess junto aos agentes Bumpy Willis (Dean Morris, o detetive Hank da serie de TV “Breaking Bad, 2008 a
2013”) e Reg Siefert (Michael Kelly
de “Evereste, 2015”). Eles investigam uma mesquita que possa haver pessoas
envolvidas nos atentados e podem atacar a cidade.
Em meio às
investigações, eles recebem a informação de um assassinato no estacionamento da
mesquita. Chegando lá, Ray é o primeiro a ver o corpo. E percebe ser a filha de
Jess, Carolyn (Zoe Graham). Ela foi
brutalmente violentada e jogada dentro de uma caçamba. Ao saber disso, Jess
entra em desespero.
Obcecado, Ray faz de
tudo para achar quem fez isso a Carolyn. Durante a investigação, ele encontra o
assassino. Ele se chama “Pac Man” Marzin (Joe
Cole). Mais tarde, descobre também que este é informante da CIA e tem
informações sobre uma célula terrorista que irá atacar a cidade a qualquer
momento. Ganhando assim, imunidade por parte deles.
Em uma perseguição
empolgante, Ray e Bumpy capturam Pac Man, durante um jogo de beisebol. No
interrogatório, junto a Claire, Pac Man se mostra como o responsável pela morte
de Carolyn. Mas por determinações internas, ele sai livre e pela porta da
frente. Fazendo com que Ray seja mandado de volta à Nova York.
Passados os anos, estamos
em 2015. Ray continua reunindo provas contra Pac Man. Até que volta a LA e se
encontra com Claire, agora como chefe da Procuraria. Jess continua atuando como agente de campo.
Bumpy, por causa de um ferimento, está na parte burocrática. E Siefert, de
estagiário passou a chefe do setor que trabalhava com Jess.
Ele juntou provas
suficientes para acusar Pac Man pelo assassinato. Mesmo assim, Claire está
preocupada com o desenrolar, se o caso for reaberto. Em especial, para Jess. Esta
é a trama básica de “Olhos da Justiça”.
Onde o trio formado por Ejiofor, Roberts e Kidman tão o tom da película. Fora o bom trabalho na edição de
cenas (os flashbacks e os dias atuais) de Jim
Page.
Destacando a musa do
cinema Julia Roberts, que transmite
toda dor da personagem pela perda da filha e a frieza ao encontrar o assassino
bem como engolir a seco, a burocracia do sistema judiciário age em relação ao
caso. Isto é, ajudando aqueles que juraram colocar atrás das grades pelos
crimes hediondos cometidos. Mostrando também todo desgaste físico que sofre por
causa disso.
DICA
DESTE QUE VOS ESCREVE:
Se você assistiu a versão original, vai reparar algumas semelhanças com a
norte-americana. A sequência no jogo de beisebol foi feita, na verdade, em um
estádio de futebol. E a quase refilmagem integral da cena do interrogatório
entre Ray, Claire e Pac Man. Ray soube
aproveitar bem as melhores partes do roteiro escrito por Campanella e Eduardo
Sacheri.
Comentários
Postar um comentário