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"PONTE DOS ESPIÕES"


A Guerra Fria sempre foi um assunto bem explorado pela sétima arte. Como o clássico de Stanley Kubrick, “Doutor Fantástico (1964)”, o cult anos 80 “Jogos de Guerra (1983)” e mais recentemente “O Espião que Sabia Demais (2011)” e “O Agente da U.N.C.L.E. (2015)”. Agora é a vez do mago Steven Spielberg fala sobre o assunto no drama inspirado em fatos reais “Ponte dos Espiões (Bridge of Spies, 2015)”.  Ao lado de Tom Hanks, em seu quarto trabalho juntos. Onde este é o bem sucedido advogado James Donovan trabalhando na firma que fundou ao lado do amigo Thomas Watters Jr.(o veterano Alan Alda de “Roubo nas Alturas, 2011”).

Encontrando em seu escritório um representante do governo norte-americano, James é chamado para defender Rudolf Abel (o ator britânico shakespeariano Mark Rylance). Preso pela CIA e acusado de ser espião da antiga União Soviética. Estamos em 1957. A Guerra Fria está a todo vapor e o governo dos Estados Unidos não quer causar um incidente internacional ao julga-lo em um tribunal. Apesar de ser um jogo de cartas marcadas, o governo precisar dar uma resposta ao povo norte americano.


James tem experiência no assunto, apesar de não advogar direito penal desde o julgamento de Nuremberg. Seu sentimento por um julgamento justo vem à tona e aceita o caso. Apesar de estar contra seu país e sua família, em especial a esposa Mary (Amy Ryan de “Birdman, 2014”). Todos querem a sentença de enforcamento para Abel, mas James tenta encontrar argumentos para evitar que isso aconteça.

Ao mesmo tempo, governo norte americano junto a sua força aérea. Desenvolve secretamente um avião espião chamado “U-2”.  Um dos seus pilotos, Francis Gary Powers (Austin Stowell), é abatido e preso em solo soviético. Também é julgado por espionagem e condenado a prisão perpetua. Junto a isso, vemos o nascimento do Muro de Berlim. Onde um jovem estudante de economia Frederic Pryor (Will Rogers) é preso por oficiais alemães ao tentar ajudar sua namorada e o pai dela a sair de lá antes da construção do muro.


Após conseguir evitar que Abel seja enforcado. Este foi condenado à prisão perpetua por espionagem. James é chamado novamente pelo governo do seu país para negociar a libertação imediata de Powers junto ao governo soviético. Eles estão preocupados que Powers revele algo sobre as operações secretas dos EUA. Sugerindo uma troca entre ele e Abel. Isso tem que ser feito “por deixado dos panos”. Assim James vai até a Alemanha Oriental para iniciar as negociações e sobreviver ao frio extremo do local. E a hostilidade entre os povos americanos, soviéticos e os alemães que vivem atrás do muro, para atingir seu objetivo. Esta é a trama básica de “Ponte dos Espiões”.


Spielberg mostra porque é um maiores (talvez, o melhor) dos cineastas de sua geração. Junto ao engenhoso roteiro escrito por Matt Charman com o auxilio dos irmãos Coen, Joel & Ethan. Temos aquele filme à moda antiga no melhor estilo Frank Capra. Onde o idealismo e a convicção de um homem podem mover montanhas. Com uma pitada atual que se tornou a marca registrada de Spielberg

Como na genial sequencia de abertura, onde o FBI está atrás de Abel. O jogo de gato e rato se confunde. Já não se percebe quem está perseguindo quem. E na estupenda atuação de Tom Hanks, mostrando toda perspicácia de seu personagem. Se adaptando a cada situação que apresenta diante dele.Como na negociação com o governo soviético, sente-se a tensão no ar. E a falsidade com a presença dos ditos “familiares” de Abel. 


Ou quando encontrou o representante do governo da Alemanha Oriental, chamado aqui de senhor Vogel (Sebastian Koch). Brincando com ele, James diz para abreviar o nome dos respectivos países, URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) e Alemanha Oriental (RDA: República Democrática Alemã). Para que a troca seja feita rapidamente e assim voltar logo para casa e dormir na cama dele.

Ponte dos Espiões” vale a ida ao cinema, além de ser um excelente filme sobre um fato histórico. Mostrando como era viver naqueles tempos (a tensão dos dois lados), com a ameaça nuclear pairando sobre as cabeças daqueles que viveram o momento. Tanto os EUA e a então URSS sabiam do seu poderio militar. E o que causaria ao mundo, caso entrasse em guerra realmente.

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