O que leva uma pessoa
quer atravessar as torres gêmeas (World Trade Center) em cima de um cabo de
aço? Com isso em pensamento o artista de rua, Philippe Petit. Deixa seu país
(França) para ir aos Estados Unidos para tal façanha. Depois de ler um artigo
de uma revista em um consultório dentário. Este vislumbre é visto em “A Travessia (The Walk, 2015)” do
cineasta Robert Zemeckis, criador da
cultuada saga “De Volta para o Futuro” e Oscar de Melhor Diretor por “Forrest
Gump: Contador de Histórias (1994)”.
Tendo como base o premiado
documentário “O Equilibrista (2008)” de James Marsh e o livro "To Reach The Clouds" do próprio Petit, Zemeckis nos dá um lado ficcional sobre a aventura de Philippe de como
ele chegou a tal proeza. Como o biografado temos Joseph
Gordon-Lewitt (o Robin de “Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, 2012”).
Já o vemos do alto da Estatua da Liberdade com vista para as torres,
contando sua história.
Fascinado desde
criança, com o equilibrismo. Até a chegada do circo em sua cidade e Petit se
fascina com o que vê. Do ponto mais alto da tenda, vê seu sonho de se tornar uma realidade. Lá conhece Papa Rudy (sir Ben Kingsley, o eterno Gandhi). Sua família vem de uma geração de
equilibristas e ele se espanta com as habilidades dele no cabo de aço.
Há muito contragosto Papa Rudy o ensina como
trabalhar em cima do cabo. Por exemplo, qual equipamento correto a ser usado, o
nó certo para amarrar as cordas que fixam os cabos e afins. Petit lhe oferece o
dinheiro que ganhou em suas performances de rua. Em uma delas, conhece a bela
Annie (Charlote LeBon). Uma artista
como ele, e meio sem querer se envolvem emocionalmente.
Mais tarde, encontra Jean-Louis (Clément Sibomy),
que vira o fotografo oficial de suas ações e seu melhor amigo. Se tornando seu
cumplice (nas palavras de Petit) para a ação nas torres. Já bem treinado, tem seu primeiro desafio. Uma desastrosa travessia sobre uma lagoa onde está
ocorrendo uma competição de pesca. Atrapalhado pelos participantes, ele perde
a concentração e cai no meio da lagoa.
Mesmo assim, segue
em frente e decide atravessar as torres da Catedral de Notre Dame (Paris,
França). Com o auxilio de Jean-Louis e Annie consegue o sucesso e o reconhecimento
mundial. Todos os jornais falam de sua proeza e daí vai com sua amada para Nova
York para conhecer seu novo desafio, as torres do World Trade Center.
Ao mesmo tempo, amedrontado
e fascinado com sua magnitude, Petit percebe que precisa de auxilio para
realizar seu sonho. Com Jean-Louis e Annie, eles buscam por pessoas dispostas a
isso. O primeiro traz Jeff (César Domboy),
um professor de matemática com medo de altura.
Na cidade conhecem JP (James Badge Dale, “Homem de Ferro 3,
2013”), Albert (Ben Schwartz), David
(Benedict Samuel) e Barry Greenhouse
(Steve Valentine), que trabalha no prédio
e se torna o principal contato de Petit para a ação. Pois este lhe dá detalhes
internos sobre a segurança do WTC.
Esta é a trama básica
de “A Travessia”. Onde vemos o sonho
de Philippe em atravessar as torres gêmeas em uma sequencia de tirar o folego. Usando
câmeras IMAX 3D, Zemeckis nos passa
a sensação de seu protagonista ao estar do ponto mais alto da cidade de Nova
York.
Neste quesito, Zemeckis mostra porque é um grande
cineasta. Filmando com ângulos e posições de câmeras inusitadas para deixar o
feito de Petit próximo do seu espectador. Seu roteiro exemplifica duas coisas:
que a proeza só seria realizada com o esforço conjunto dos envolvidos (os
cúmplices nas palavras de Philippe) e se estivesse sozinho, ele não conseguiria
fazê-lo.
E a sua determinação em
tornar realidade seu sonho. Mostrando que o espirito humano quando bem direcionado,
pode nos guiar a seguir em frente sem olhar para trás com remorsos. A ação se
deu em 07 de agosto de 1974, pouco antes da abertura oficial do WTC. “A
Travessia” é também uma homenagem velada aos atentados de 11 de setembro.
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