O cineasta mexicano Guillermo del Toro que nos trouxe a
excelente adaptação dos quadrinhos de “Hellboy
(“Hellboy, 2004” e “Hellboy & O Exército Dourado,
2008”)” e participou indiretamente da produção da saga “O Hobbit” de Peter Jackson, vem com um novo trabalho chamado “A Colina Escarlate (Crimson Peak, 2015)”. Vindo da sua ficção
cientifica de destruição em massa “Círculo
de Fogo (2013)”, agora ele retorna ao gênero que o destacou na sétima arte.
O cinema fantástico com toques de terror e suspense como em um dos seus
principais filmes, “A Espinha do Diabo
(2001)”.
Isso também pode ser visto no aclamado “O Labirinto de Fauno (2006)”. Agora temos a história de “A Colina Escarlante”. Com a jovem Edith Cushing (Mia Wasikowska) que tem o sonho de se tornar escritora. Estamos no século XIX, na cidade de Buffalo (Estados Unidos). Edith é fascinada por fantasmas, especialmente depois que teve um encontro com o de sua mãe. Que lhe disse: “Cuidado com a colina escarlate (crimson peak)!”.
Determinada em conquistar seu sonho, tem o apoio do amigo e admirador
secreto, dr. Alan McMichael (Charlie Hunnam, o Jax da série de TV “Sons of Anarchy, 2008 a 2014”).
Trabalhando no escritório do pai Carter (Jim Beaver, o Bobby Singer do
cultuado seriado televisivo “Supernatural,
desde 2005”). Lá, Edith conhece o jovem aristocrata inglês, sir Thomas Sharpe
(o Loki Tom Hiddleston).
Ela se encanta com o charme de Thomas. Os dois se envolvem aos poucos. À
distância porem muito perto, a irmã de Thomas, Lady Lucille Sharpe (Jessica
Chastain, “A Hora Mais Escura,
2012”). Acompanha o envolvimento e coordenando os movimentos do irmão em
relação à Edith. Não gostando do que
está vendo, o pai de Edith decide investigar a vida de Thomas. Contrata o
detetive Holly (Burn Gorman) e este relata fatos sobre Thomas antes de
sua chegada ao país. Em um jantar, Carter confronta Thomas e Lucille. Os
suborna para sair de lá e nunca mais retornar. E Thomas tem que magoar Edith de
forma irreparável.
Tudo ocorre dentro do planejado até que Carter sofre um atentado. É dado como morto. Aproveitando a situação, Thomas se casa com Edith, a leva
para Inglaterra, na sua morada em Allerdale Hall. Deslocada, Edith tenta
se adaptar ao local. Thomas lhe fala sobre as peculiaridades da mansão e que
abaixo dela, está seu sustento. Uma argila de cor vermelha. Andando pela mansão, Edith começa a ter encontros com fantasmas. Que a
avisam para sair de lá o mais rápido possível. Ela, de início, não acredita no
que vê e ouve. Até que num momento a dois com Thomas, finalmente entende a
mensagem deixada pela mãe.
Quando o inverno chega à Allerdale Hall, a neve se funde com a argila vermelha e os moradores da cidade lhe deram o nome de Colina Escarlate. Guillermo nos dá o excelente retrato de época ao reproduzir com exatidão os cenários e vestuários do século XIX. Um deslumbre para os olhos. A mansão dos Sharpe é um espetáculo à parte. Como mais um e importante personagem do filme.
Ela determina os passos de Edith. Até perceber que a relação de Thomas e
Lucille vai além da irmandade. Isso é o ponto de equilíbrio da película. A
atuação de Tom e Jessica dita seu ritmo. A
interação entre os dois é perfeita. Com Hiddleston mostrando
que pode ser muito mais que o Loki do Universo Cinematográfico Marvel e Chastain como
uma das mais versáteis e talentosas atrizes de sua geração.
Tom como o par perfeito, mas que esconde segredos. Já Jessica, mais gélida
que o frio da colina, apenas enxerga Edith como uma rival. Guillermo traça
um retrato sobre aqueles tempos onde a aristocracia inglesa estava à beira da
falência enquanto o empreendedorismo norte-americano em alta com o
industrialismo. “A Colina Escarlate” conta com
participação de velhos colaboradores de del Toro como Hunnam e Gorman (atuaram
em “Círculo de Fogo”) e Joan Luss do seriado televisivo “The Strain (desde 2014)”, criado por del
Toro & Chuck Hogan) é a mãe do Alan e Doug
Jones (o Abie Sapien da franquia “Hellboy”),
faz o dublê de corpo (no bom sentido) dos espíritos da mãe de Edith e da
matriarca dos Sharpe.
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