Algo não pode ser dito
sobre o líder do Blur, Damon Albarn, que ele é uma pessoa
preguiçosa. Desde que a banda deu uma parada em suas atividades (apenas
quebrada com turnês comemorativas) e quando seu guitarrista Graham Coxon deixou o grupo em meio
às gravações do último álbum gravado com eles (Damon, vocais, teclados e guitarra; Alex James, contrabaixo & Dave
Rowntree, bateria), “Think Tank” em 2003. O que acabou criando uma certa
mágoa por parte de Damon sobre Graham.
Desde então, Damon se ocupou com sua banda paralela virtual, os Gorillaz. Ainda teve tempo para formar o “The Good The Bad and
The Queen” com Paul Simonon, baixista do The Clash. E o projeto Rocket Juice
& the Moon ao lado do tresloucado Flea, baixista do Red Hot Chili Peppers,
e o batera Tony Allen, com quem tocou no “The Good The Bad and The Queen”.
No ano passado, lançou
seu disco solo, “Everyday Robots (2014)”. Mas antes produziu “The Bravest Man
in the Universe (2012)” do finado soulman Bobby Womack (1944 – 2014) e “I’m New
Here (2011)” de Gil Scott-Heron. Em todas suas empreitadas, Albarn foi bem sucedido junto ao
público e critica que acompanharam suas viagens musicais nos mais variados
estilos que possam existir. Em meio a isso, Damon e Graham fizeram as pazes.
Quando o Blur
lançou os discos ao vivo “All The
Pleople: Blur Live in Hyde Park (2009)” e “Parklive (2012, show de
encerramento dos Jogos Olímpicos em Londres daquele ano)”. Eles soltaram as
canções “Fool’s Day (gravada para o Record Day Store em 2010)”, “Under the
Westway (que faz parte do box BLUR 21)” e “The Puritan”. Junto a isso, tivemos
a coletânea “Midlife: A Begineer’s Guide
to Blur (2009)” e o box comemorativo “Blur
21 (2012)”. E eles deram o ar da
graça em nossa terra brasilis, no festival Planeta Terra em 2013.
Depois de 12 anos, eles
voltam a gravar um disco com canções inéditas. No caso, “The Magic Whip (2015)”. A inspiração veio quando a banda teve sua
turnê pelo Japão cancelada e eles ficaram presos em Hong Kong, devido a isso.
Então eles resolveram entrar em estúdio por lá e ver o que acontecia. Damon não estava muito inspirado e
deixou que Graham junto ao produtor Stephen Street no comando das coisas.
Até que ele revolveu voltar para Hong Kong e a luz veio.
Apesar de todos os
percalços, o Blur mostra um
amadurecimento musical que vinha num crescente, desde o primeiro disco “Leisure
(1991)” passando pelos autorais e sensacionais “Modern Life is Rubbish (1993)”,
“Parklife (1994)”, “The Great Escape (1995)” e “Blur (1997)”. Chegando aos
versáteis “13 (1999)” e “Think Tank (2003)”. Surgidos no Britpop dos anos 90 e
rivalizando com o Oasis, o posto de maior banda do movimento. O Blur se mostrava com mais vontade de
“experimentar”, isto é, mesclar seu som característico com outras sonoridades.
“The Magic Whip”, não é o “disco perfeito” de todos os tempos do
grupo. E sim, uma síntese do que eles fizeram dentro e fora dele (o trabalho de Damon como produtor e projetos pessoais; Graham em carreira solo; Alex no setor de latifúndios e Dave com a politica em seu país). O que faz do
álbum, um desfile com que há de melhor na música nos dias de hoje.
- LONESOME STREET: Canção de abertura animada com o som
característico Blur. Lembra “There’s No
Other Way”.
- NEW
WORLD TOWERS: Com
percussão de fundo, ela lembra o trabalho solo de Albarn em “Everyday Robots”. Dando um ar caribenho à canção.
- GO
OUT: Canção pesada e
pensativa. Com Graham usando o
efeito de distorção em sua guitarra.
- ICE
CREAM MAN: Damon
discute nesta canção o totalitarismo politico chinês em um conto fictício sobre
um sorveteiro. Balada acústica de primeira acrescida de um quarteto de cordas
ao fundo.
- THOUGHT
I WAS A SPACEMAN:
Momento psicodélico do disco. Referencia ao Pink Floyd de Syd Barrett no solo
inspirado de Graham e o acompanhamento no piano.
- I
BROADCAST: Canção que
fala sobre o tempo em que ficaram em Hong Kong. Um ska rock na sua essência.
Com Graham abusando dos efeitos com
sua guitarra.
- MY
TERRACOTTA HEART:
Canção que fala sobre o rompimento e a reconciliação de Damon & Graham. Tem um toque pessoal e melancólico.
- THERE
ARE TOO MANY OF US:
Canção reflexiva, com ritmo marchado.
- GHOST
SHIP: Canção que fala
sobre a visita deles em pontos turísticos na China.
- PYONGYANG: O tempo na China se mostra influente
nesta canção doce e suave.
- ONG
ONG: Pop rock
característico e um refrão que gruda no ouvido (Lalalalala e por aí vai).
- MIRRORBALL: Canção que encerra os trabalhos, que
lembra os tempos de Damon com os
Gorillaz em especial, nos álbuns “Plastic Beach (2010)” e “The Fall (2011)”.
Comentários
Postar um comentário