São raros os exemplos
de bons filmes brasileiros em cartaz nos cinemas de sua cidade. Vivemos tempos
de comedias “Até a Sorte nos Separe”, “Os Caras de Pau” e tantas outras que são
apenas mais do mesmo.
Chegando agora à tela
grande, “O Duelo (2015)” do diretor Marcos Jorge de “O Estomâgo (2007)”. Tem
como principal atrativo ser um dos últimos trabalhos do finado José Wilker (20.08.1946 – 05.04.2013) no
cinema. A serem lançados ainda, “A Hora & A Vez de Augusto Matraga (2011)”,
exibido no Festival do Rio daquele ano e inédito em circuito comercial, e a
animação “Nautilus (2014)”, sem data de estreia.
Voltando ao filme, tem
como base o romance “Velhos Marinheiros” do celebrado autor baiano Jorge Amado. Originalmente escrito em
1961 com o nome de “A Completa Verdade sobre as Discutidas Aventuras do
Comandante Vasco Moscoso de Aragão, Capitão de Longo Curso”. Aqui temos o
embate entre o capitão do título, feito pelo ator português Joaquim de Almeida e Chico Pacheco (Wilker).
O Capitão cansado da
vida em alto mar resolve se aposentar e residir em Vila Periperi, próxima do
litoral da Bahia. Lá ao conhecer seus habitantes, conta sobre suas aventuras ao
bordo dos navios que comandou.
Ao mesmo tempo, Pacheco
era a pessoa mais notável de lá e acaba perdendo espaço com a aparição de
Vasco. Que deixa a todos na vila literalmente de queixo caído com suas
histórias. Fazendo com que Pacheco investigue sobre o passado dele. Se
realmente é verdade ou tudo invenção.
Em suas pesquisas,
Pacheco descobre que Vasco é um comercial falido que conseguiu a patente de
modo ilícito. Avisa a todos na vila e assim começa a briga entre eles, onde
Vasco tenta desmentir as acusações. A película fica em torno dos encontros nada
amistosos dos dois e quando sozinhos, com cada um defendendo seu ponto de
vista.
Como na obra de Jorge Amado, a ficção e o real se misturam. Isso é muito bem personificado no embate entre Vasco e Pacheco. Com José Wilker, mostrando porque foi um dos melhores atores da dramaturgia brasileira e consequentemente cineasta. Dando dinamismo a historia, como nos xingamentos a Vasco, por exemplo, “Comandante uma ova” e por aí vai.
Joaquim
de Almeida faz um bom
trabalho, em especial, quando tenta esconder seu forte sotaque de Portugal. Tendo
no seu elenco atrizes globais como Claudia
Raia, Patrícia Pillar e Taina Muller. Que representam as
paixões de Vasco no decorrer de sua vida.
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