Filmes que contam sobre
os bastidores da Segunda Guerra Mundial são poucos e raros. Normalmente estamos
acostumados a ver, películas que contam os dramas vividos pelos soldados no
campo de batalha como os clássicos “Mais Longo dos Dias (1962)” e “Fugindo do
Inferno (1963)”.
Exemplificando
isso, temos “Corações de Ferro” com o galã Brad Pitt. Leia a resenha no link
abaixo:
Agora falando sobre o
assunto, temos “O Jogo da Imitação (The
Imitation Game, 2014)”. Drama inglês (que não foi produzido pela Working
Title) que conta como o serviço militar e o MI6 (Agencia de Espionagem Britânica
– Calma! não é nenhum filme de James Bond) se uniram para formar um time de matemáticos
especialistas em decifrar códigos intricados. Mais especificamente a
criptografia.
No caso, alemães possuem
uma máquina chamada Enigma, que passa mensagens decodificadas para suas forças
militares espalhadas pela Europa. Com um detalhe, elas são tão bem elaboradas é
quase impossível descobrir qual é seu real significado.
É assim que conhecemos
AlanTuring (Benedict Cumberbatch, o
Sherlock Holmes da TV), um matemático excêntrico que esconde um segredo pessoal
que se torna determinante para seu futuro. Considerado o pai da computação,
devido seu intelecto privilegiado pôde criar uma maquina (ele lhe dá o nome de
Christopher) capaz de decodificar Enigma e mudar os rumos da Segunda Guerra.
Segundo estudos, caso Christopher não tivesse sido criado, ela teria durado
mais dois anos.
Baseado em fatos reais,
“Jogo da Imitação” foi dirigido pelo
norueguês Morten Tyldum (do suspense
“Headhunters, 2011”). Além de Cumberbatch,
temos no seu elenco a bela Keira
Knightley da franquia “Piratas do Caribe”, Matthew Goode (o Ozymandias de “Watchmen, 2009”), Charles Dance (o Tywin Lannister de “Game
of Thrones, 2011 até hoje”) e Mark
Strong (“Rock’n’Rolla – A Grande Roubada, 2008”).
O filme intercala
momentos da vida de Turing em três atos. A adolescência no internato, onde
conhece seu melhor amigo Christopher e se descobre sexualmente. Quando estava
construindo o decodificador e a corrida contra o tempo para descobrir o segredo
das mensagens de Enigma.
E anos depois, como professor
em Cambridge e acusado de obscenidade ao se relacionar com uma pessoa do mesmo
sexo. Nos anos 50, homossexualismo era considerado crime na Inglaterra.
Benedict
Cumberbatch tem seu
melhor momento na tela grande. Balanceando seu tom de voz característico com a
gagueira do personagem e seu lado introspectivo por não conseguir se relacionar
com a equipe formada por Hugh (Goode),
John (Allen Leech) e Peter (Matthew Beard). Só sentindo a vontade
na presença de Joan Clarke (Knigthley),
por ser a única mulher do grupo, sofre com o preconceito daqueles tempos.
Keira justifica sua indicação ao Oscar de
Melhor Atriz Coadjuvante deste ano. Com uma performance sóbria, onde mostrando o
carinho pela amizade de Turing. E a indignação com sua situação diante da
sociedade da época.
“O Jogo da Imitação” ganhou oito indicações para o Oscar 2015: Melhor
Filme, Melhor Diretor (Tyldum),
Melhor Ator (Cumberbatch), Melhor
Atriz Coadjuvante (Knightley),
Melhor Roteiro Adaptado (Graham Moore),
Melhor Trilha Sonora Original (Alexander
Desplat), Melhor Direção de Arte e Melhor Montagem.
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