Em tempos de eleições, e talvez com mudanças políticas à vista, está entrando em cartaz nas salas de cinema da sua cidade, o filme “Trash: A Esperança Vem do Lixo (Trash, 2014)”. Dirigido por Stephen Daldry de “O Leitor (2008)” e tendo como base, o livro de mesmo nome do autor Andy Mulligan. Que fala sobre seu trabalho comunitário em regiões pobres de países como Índia, Filipinas, Vietnã e no nosso país tupiniquim. Onde deu aulas de inglês e teatro.
O livro foi
lançado em 2010 e chamou a atenção dos produtores ingleses da Working Title, Eric Fellner e Tim Bevan, junto ao seu parceiro Richard Curtis, que fez a adaptação para tela grande. Que trouxe
sua trama para nossa terra brasilis focando no cotidiano de três garotos
Rafael, Gardo e Rato. Que vivem em uma favela próxima a um lixão nos arredores
da cidade do Rio de Janeiro e de lá tiram seu sustento para ajudar suas
famílias.
Nesta produção conjunta entre Brasil e Inglaterra, vemos Rafael encontrando em meio a garrafas, papeis e latas, uma carteira com dinheiro e pertencentes pessoais de uma pessoa chamada José Angelo (o capitão Nascimento Wagner Moura). Divide o dinheiro com Gardo, meu melhor amigo. Sendo que resolve ficar com a mesma, por causa dos objetos contidos nela.
Por
exemplo, uma chave de armário e fotos de José com a filha Pia (Maria Eduarda), que tem no seu verso,
uma série numérica misteriosa. Pouco tempo depois, chega uma viatura da polícia
do Rio que busca informações sobre a carteira e tendo como líder, o
investigador Frederico Gonz (Selton
Mello). O que deixa Rafael com a pulga atrás da orelha e pedindo ajuda a
Gardo e Rato, garoto abandonado pela família que vive no esgoto do lixão.
No desenrolar da trama, percebe-se que a carteira contém muito mais que dinheiro e objetos. Ela possui informações sobre 10 milhões de reais pegados do cofre pessoal do deputado Santos (Stepan Nercessian) junto ao seu livro caixa que possuem todos os dados de suas falcatruas. Um político corrupto na sua essência. E tem em Frederico, como seu capanga dentro da polícia. Juntos Rafael, Gardo e Rato tentam resolver esse mistério para salvar suas vidas e aos poucos, ajudar a comunidade em que vivem. Um thriller policial no melhor estilo “Tropa de Elite” de José Padilha.Com destaque para o excelente trabalho feito com Rickson Tevez como Rafael, Eduardo Luís faz o Gardo e Gabriel Weinstein é o Rato.
Os dois primeiros vindos das favelas da Rocinha e Inhaúma respectivamente e nunca tinham trabalhado como ator. Weinstein é residente da Cidade de Deus, e o único com experiência anterior como ator na série de TV, “Hoje é Dia de Maria (2005)” da Rede Globo. O auxílio do diretor e técnico de elenco Christian Duurvoort como instrutor e tradutor dos garotos com a produção inglesa. Daldry, que residiu no Rio de Janeiro e contou com a ajuda da produtora O2 de Fernando Meireles, para se adaptar a ela. E a ajuda do roteirista Felipe Braga que deu alguns toques a Curtis para dar um ar brasileiro nas linhas do script de “Trash”.
Wagner Moura funciona como fio condutor das ações dos meninos. Selton Mello faz aqui um bom vilão. Vemos também os veteranos José Dumont (“O Homem que Virou Suco, 1981”. Quem se lembra?) como um dos policiais e o para sempre Chico Xavier Nelson Xavier é Clemente, tio de Ângelo. Sendo determinante para desfecho do filme. “Trash” conta com a participação dos norte-americanos Martin Sheen (sim, ele é o pai de Charlie) faz o padre Julliard como o líder espiritual da favela; e a Lisbeth Salander Rooney Mara é Olivia, uma professora de inglês que faz trabalho voluntário. O foco de “Trash” está na relação de Rafael, Gardo e Rato que optam em fazer o certo, ao invés de escolher o caminho mais fácil. E mostrando para todos nós, inclusive no Brasil, temos pessoas que só desejam o melhor para o país que moram. Sem corrução, mais educação, um sistema de saúde igualitário, melhores salários e condições de trabalho.
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