Entrando em cartaz nas salas de cinemas da sua cidade, o mais novo filme do Homem de Ferro & Sherlock Holmes Robert Downey Jr., “O Juiz (The Judge, 2014)”. Saindo da sua zona de conforto de anti-herói da Marvel e da literatura Arthur Conan Doyle. Voltando a fazer um papel dramático como em “O Solista (2009)”. Desta vez, Downey Jr. é o advogado bem-sucedido e milionário Henry “Hank” Palmer, que cuida somente de clientes riquíssimos e igualmente culpados.
Quando em meio a um julgamento recebe a ligação do irmão mais velho Glen (Vicent D’Onofrio da série de TV “Law & Order: Criminal Intent de 2001 a 2011”) o avisando da morte da mãe. “O Juiz” tem direção de David Dobkin, das comédias “Penetras Bons de Bico (2005)” e “Eu Queria Ter A Sua Vida (2011)”. Que nos traz um drama familiar com Hawk voltando a sua cidade natal, Carlinville (Indiana), para enterro da mãe. E reencontrando seus irmãos, Glen e Dale (Jeremy Strong, “Lincoln, 2012”), sendo este deficiente mental. Onde filma tudo e a todos com sua câmera Super 8. Um retorno que não poderia deixar de ser mais complicado.
Lá encontra o pai, Juiz Joseph Palmer. Feito pelo veterano Robert Duvall, Oscar de Melhor Ator por “A Força do Carinho (1983)”. Com uma relação conflituosa, Hank e Joseph não trocando muitos olhares e gestos amistosos. A convivência não é pacifica entre eles. Hank se vê em uma volta no tempo. Vendo a namorada do colégio Samantha Powell (Vera Farmiga, mãe de Norman Bates da série de TV “Bates Motel, 2013 até hoje”). Uma mulher empreendedora que se tornou a dona do melhor restaurante da cidade. E com uma filha, Carla (Leighton Meester, do seriado televisivo “Gossip Girl, 2007 a 2012”).
Enquanto isso à noite, o Juiz resolve ir à mercearia para comprar ovos. É quando temos um ponto de virada, na tranquilidade da rotina familiar dos Palmer. Ele é acusado de atropelar e matar uma pessoa no caminho de volta para casa. A vítima se chama Mark Blackwell, um recém-saído da prisão que cumpriu uma pena de 20 anos, promulgada pelo próprio. A polícia local comprova sua culpa ao achar resíduos de sangue em seu carro. O que leva o caso para o tribunal de Carlinville, com o Juiz se sentando no banco dos réus. E Hank se tornando o advogado do pai, a muito contragosto de ambos. Dai temos a força de “O Juiz”.
O entrosamento da dupla formado pelos Roberts. Downey Jr. usando todo sarcasmo de Tony Stark junto à perspicácia de Sherlock Holmes para criar um personagem cativante à altura da caraterização feita por Duvall como um pai linha dura, porém sentimental e devoto à família. Talvez seja muito cedo para dizer, não estranhe se os dois foram lembrados para o Oscar e o Globo de Ouro do ano que vem. Uma mescla de filme tribunal com filme de família onde Hank faz as pazes com seu passado e tenta equilibrar sua relação com o pai. No decorrer da história, descobre que o Juiz está sofrendo de câncer terminal e tentando ficar ao seu lado, neste momento difícil. Já que sua mãe faleceu e buscando se entender com ele.
Em um dos momentos mais fortes, é quando Joseph tenta chegar ao banheiro e acaba fazendo fezes em si mesmo. Hank o ajuda a se limpar. Em misto de raiva e humor, os dois acabam se divertindo com a situação quando a filha de Hank, Lauren, pergunta o que está acontecendo. Ou em uma das poucas conversas civilizadas, Hank pergunta ao pai qual foi o melhor advogado com quem trabalhou. E dali, descobre a origem de seu nome de batismo. Onde o Juiz disse que este foi o homem mais honesto e honrado que já conheceu. “O Juiz” tem a participação de Billy Bob Thornton (“A Última Ceia, 2001”) como o promotor do caso Dwight Dickham. Sendo uma película que nos faz pensar como nos relacionamos com nossos familiares, em especial os pais, e lidarmos com os fantasmas do passado.
Comentários
Postar um comentário