O que pode acontecer
quando você acorda e acredita que vai ter um ótimo dia, seja no trabalho ou no
lazer, e na verdade, ocorre tudo ao contrario. É o que vemos nas histórias de
“Relatos Selvagens (Relatos Salvajes,
2014)”. Uma produção argentina escrita e dirigida por Damián Szifron, que conta no seu elenco nomes da dramaturgia dos hermanos
como Darío Grandinetti, Oscar Martínez, Leonardo Sbaraglia, Erica
Rivas, Rita Cortese, Julieta Zylberberg, Diego Gentile, Osmar Núñez, María Onetto.
Sem deixar de mencionar a presença de Ricardo
Darín, que está sempre presente em uma película argentina.
Dividido em seis contos
sobre o cotidiano de pessoas comuns que acabam vivendo situações extremas em
determinado momento de suas vidas. Na primeira, temos o encontro casual em um
voo de um critico de música clássica com uma modelo e que têm um conhecido em
comum, Gabriel Pasternak. No caso do primeiro, foi responsável pela
desclassificação dele em um concurso musical. Já a segunda, uma ex-namorada que
traiu sua confiança.
No decorrer do voo,
descobre-se uma professora do ginásio, seu melhor amigo daqueles tempos, seu
psiquiatra e outras relacionadas ao passado traumático dele. E que agora é o
piloto do avião e pretende se livrar de seus traumas.
O segundo conto é em um
restaurante de beira de estrada, a garçonete reencontra o homem responsável pelo
suicídio do pai. Onde ela e a mãe tiveram que sair de Buenos Aires devido ao
assedio dele sobre elas. Ele não se lembra dela. Ao conversar com a cozinheira
do restaurante, ela disse o que aconteceu e a outra lhe diz que tem veneno de
rato. Para coloca-lo no prato dele. As consequências deste segmento não
poderiam ser mais marcantes para todos os envolvidos.
No terceiro, uma
discussão no transito com proporções épicas. Onde dois motoristas em uma
estrada vazia começam a se insultar e lutar para conseguir o respeito sobre o
outro. Tudo isso rolando ao som de “Love’s Theme Flashdance” e Lady Lady Lady”,
canções do filme anos 80 “Flashdance (1983)”.
Já no quarto segmento,
um engenheiro especialista em implosões tem seu dia de fúria. Ao comprar o bolo
de aniversario da filha, seu carro é guinchado. Ao tentar recupera-lo na concessionária,
tem que pagar uma taxa exorbitante para libera-lo. Vai até a prefeitura de
Buenos Aires, para resolver a situação e ser ressarcido. Discute com o
atendente e arrebenta com o guichê. Seu ataque ganha as paginas dos jornais
locais e dali perde seu emprego. Ao mesmo tempo, sua esposa pede a separação.
O quinto é sobre um
atropelamento feito por um garoto mimado de família rica de Buenos Aires. Os
pais desesperados com a situação. Chamam o advogado para resolver o problema. Descobre-se
que a vitima é uma mulher gravida, que faleceu devido aos ferimentos. O pai
pensa em uma solução, ao chamar o caseiro para assumir a responsabilidade do
acidente. Que lhe oferece uma recompensa que garantirá o sustento da família e
os estudos de seus filhos.
O último conto é sobre
um casamento que tudo para não dar certo. Durante a festa, a noiva descobre que
seu futuro esposo teve um caso com a garota mais gostosa do escritório em que
trabalha. Sendo que a mesma já dormiu com todos seus colegas de trabalho.
A partir daí, a noiva
literalmente pira o cabeção. E resolve fazer os maiores absurdos para descontar
a traição do noivo. Desde transar com o auxiliar de cozinha até lavar a roupa
suja diante de todos os convidados da festa.
“Relatos Selvagens” tem como seu ponto positivo, mostrar estes
momentos extremos vividos por seus personagens de um modo tão real, que isso
poderia acontecer com você que está lendo estas linhas mal traçadas. Bem como
este que vos escreve. O mais interessante é que isso é mostrado com muito humor
negro, por sinal.
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