A franquia criada pelo
produtor francês Emmanuel Benbihy, “Cities
of Love”, chega à cidade maravilhosa. Anteriormente tivemos “Paris, Te Amo
(2006)” e “Nova York, Eu Te Amo (2008)”. Agora é a vez do Rio de Janeiro ser
retratado em “Rio, Eu Te Amo (2014)”. Como nas películas anteriores,
temos nove diretores, brasileiros e estrangeiros, dando sua visão particular
sobre a capital fluminense, indo da critica social até mais puro conto fantástico
como os de Machado de Assis.
Dito isso, vamos às
histórias. De primeira temos a “Dona
Fulana” (Fernanda Montenegro, de
“Central do Brasil”) como uma mendiga que vive nas ruas por opção própria. Sendo
contra o sistema, ou seja, pagar conta de luz, telefone, agua por exemplo. E encontra
casualmente o neto Leandro (Eduardo
Sterblitch). Andando pelos calçadões até chegar a uma fonte no parque da
cidade para tomar banho. Este episódio é dirigido por Andrucha Waddington. Ao mesmo tempo, o casal
James & Dorothy (Basil Hoffman &
Emily Mortimer de “A Invenção de Hugo Cabret, 2011”), estrangeiros que
moram no Rio. Este conto se chama “Grumari”
com direção do italiano Paolo Sorrentino
de “A Grande Beleza (2013)”.
Vemos “O
Milagre” dirigido e estrelado pela libanesa Nadine Labaki com a participação especial do durão Harvey Keitel, que estão fazendo um
filme por aqui e encontram um menino de rua (Cauã Antunes) que está esperando a ligação de Jesus para ganhar uma
bola autografada pelo rei do futebol Pelé.
Já na história de “Eu Te Amo” criada por Stephan Elliott (de “Priscila: A Rainha
do Deserto, 1994”) vemos Célio (Marcelo
Serrado, o Crô), um guia turístico contratado para ser babá de um astro de
cinema (Ryan Kwanten, o Jason
Stackhouse da serie de TV “True Blood de 2008 a 2014”) em visita de trabalho no
Rio, que de ultima hora resolve escalar o Pão de Açúcar sem qualquer tipo de equipamento
de segurança.
Saindo do encantamento
do Rio de Janeiro temos “Texas” do
mexicano Guillermo Arriaga de “Babel
(2006)”, conhecemos ex-lutador de boxe Texas (Land Vieira) e sua esposa Maria (Laura Neiva). Num acidente automobilístico, ele perdeu um dos
braços e Maria ficou paraplégica. Em uma oportunidade, eles recebem a proposta
de um estrangeiro, chamado aqui de “O Gringo” (Jason Isaacs, o Lucius Malfoy da saga Harry Potter), este vê uma semelhança
entre sua falecida esposa e Maria. E deseja ficar com ela, para ter uma criança.
Onde os dois lutam por ela, ganhando ou perdendo, o Gringo vai pagar a cirurgia
que pode curar a paralisia nas pernas de Maria.
No conto “Vidigal”, Tonico Pereira é um mordomo, na verdade um vampiro (como Bento Carneiro,
o vampiro brasileiro, criado pelo saudoso Chico Anysio, 12.04.1931 – 23.03.2012)
que tem atração pela garota de programa Isabel (Roberta Rodrigues). Ele tem direção do sul coreano Im Sang-Soo. Que se destaca que pela
sensação de cinema trash no melhor estilo. Com o vampiro usando dentes postiços
de plástico. Passando por “Pax de Deux” de Carlos Saldanha (das animações “Rio” e “Era do Gelo”) traz a
história do casal de bailarinos formado pelo bonitão Rodrigo Santoro & Bruna Linzmeyer, que vivem uma crise na
relação e ela é resolvida por meio da dança, em uma sequencia belíssima.
Em “Quando Não Há Mais Amor”, dirigido e
estrelado por John Turturro (o
agente Seymour Simmons da franquia Transformers). Temos a discussão amorosa
entre ele e Vanessa Paradis (lembra
dela?) que lembram e fantasiam sobre o por quê não terem ficado juntos.
O capitulo mudo
recheado com o melhor da percussão brasileira, “A Musa” de Fernando Meirelles
(“Cidade de Deus, 2004”) e estrelado por Vicent Cassel. Ele é um escultor que fica impressionado pelos pés
de uma mulher e tenta recriá-los nas areias da praia de Copacabana. A mulher em
questão é Débora Nascimento.
Intercalando as
histórias temos o taxista feito por Michel
Melamed que transporta em seu taxi os personagens de “Rio, Eu Te Amo” e contando a eles como se arrepende da separação
com a ex, a tradutora Felicia (Claudia
Abreu). Essas intercalações são dirigidas
por Vicente Amorim de “Corações
Sujos (2011)”.
Não poderia faltar uma
historia criada por José Padilha da
saga “Tropa de Elite” com o conto “Inútil
Paisagem” com seu capitão Nascimento Wágner
Moura fazendo um homem desiludido pelo amor com a separação recente da
esposa (Cleo Pires) e num vôo de
asa delta próximo ao Cristo Redentor, desabafa todo seu ressentimento pelo fim
do casamento e do país.
Tirando o formato cartão
postal, “Rio Eu Te Amo” mostra as várias
facetas de um país que poderia ser melhor do que está e como os brasileiros, em
geral, vivem de aparências. Onde o belo, seja nas lindas praias e paisagens da
cidade maravilhosa e /ou nas curvas (vide Débora
Nascimento, Roberta Rodrigues e Bruna Linzmeyer) ou num lindo sorriso (Claudia Abreu) e a realidade nossa de
cada dia é um pouco vista nas favelas em “Vidigal”
e no subúrbio carioca em “Quando Não Há
Mais Amor”. “Rio, Eu Te Amo” conta com as participações especiais de Regina Casé, do grande Hugo Carvana, Stephan Nercessian, Márcio
Garcia, Camila Pitanga e a
cantora Bebel Gilberto interpretando
seu maior sucesso, “Preciso Dizer Que Te Amo”, composta ao lado do poeta Cazuza
e Dé Palmeira (ex-baixista do Barão Vermelho).
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