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CLINT EASTWOOD & OS "JERSEY BOYS"


Desde “J Edgar (2011)”, o mítico cowboy Clint Eastwood não lançava nada como diretor bem como sua última aparição como ator em “Curvas da Vida (2012)”. Leia sobre eles nos links abaixo:


J EDGAR



CURVAS DA VIDA


Marcando seu retorno à cadeira de diretor, temos o musical “Jersey Boys: Em Busca da Música (Jersey Boys, 2014)”. Após um hiato de três anos. Aqui ele conta a história do cantor ítalo americano Frank Valli ao lado do grupo The Four Seasons. Que tem como base o musical da Broadway de mesmo nome escrito por Marshall Brickman & Rick Elice, que inclusive fizeram a adaptação para a tela grande.


Vemos Frank (John Lloyd Young) querendo se tornar um cantor profissional, contando com ajuda dos amigos de infância Tommy DeVito (Vincent Piazza) e Nick Massi (Michael Lomenda). Que tocam em uma banda, administrada por Tommy.




Aos poucos, Frank vai se soltando e mostrando todo seu talento. Onde consegue a amizade e, consequentemente, a proteção do mafioso da cidade Gyp DeCarlo, interpretado pelo veterano Christopher Walken (“Prenda-me Se For Capaz”). Usando sua marca registrada, o olhar frio e ao mesmo tempo cínico, quando está em cena.


A banda começa a tomar rumo com a entrada do tecladista e compositor Bob Gaudio (Erich Bergen). Indicação de um amigo de Tommy, Joe Pesci. Sim, ele mesmo. O ator baixinho invocado de “Os Bons Companheiros (1990)” e “Cassino (1995)”, ambos de Martin Scorsese. Aqui ele é feito por Joseph Russo.



O encontro entre eles, não é muito cordial por causa de Tommy. Preocupado em perder seu espaço como líder do grupo. Mesmo assim, para o bem deles, suas diferenças são colocadas de lado.

Depois de vários shows e mudanças no nome da banda. Em um vislumbre de todos, decidem que o nome certo seria “The Four Seasons”.  Com isso, Frank e Bob mandam demos para várias gravadoras. E só são recebidos por Bob Crewe (Mike Doyle). Um velho conhecido de Frank. Que lhes promete gravar um disco dos Four Seasons. Mas só os utiliza como vocais de apoio de outros artistas.



Eles pressionam Bob. Que lhes dá uma opção. Conseguir U$$ 35.000,00. É o valor das despesas por um dia de gravação. Conseguem e gravam seu primeiro single “Sherry”. Daí é um pulo para o sucesso. Tocando em rádios menores até chegarem às principais rádios da América.


Com canções como “Big Girls Don’ Cry” e “Walk Like a Man”, o sucesso começa a afetar a vida pessoal e profissional de seus membros. Frank enfrenta problemas no casamento. Tommy perde todo o dinheiro em jogos de azar. Nick não aguenta as longas viagens por causa dos shows. E Bob preocupa com a divisão dos lucros obtidos com o grupo.



A pressão da gravadora e as desavenças de Tommy com os membros do Four Seasons, fazem com que eles encerrem suas atividades. Com um porem. Tommy possui uma divida com a máfia e bancos, chegam a mais de um milhão de dólares. Fazendo com que Frank assuma divida para salvar o amigo.


É a desculpa perfeita para Nick abandonar o Four Seasons. Bob decide se tornar produtor e compositor de Frank, agora em carreira solo. Tommy é enviado para Las Vegas e servir de garantia da máfia, para Frank saldar seu débito com os mesmos.

Assim segue a linha narrativa construída por Eastwood. Onde seu elenco fala diretamente para as câmeras, dando uma boa dinâmica. Lembrando as películas de Scorsese mencionadas este texto e o clássico do cinema japonês “Rashomon (1950)”, feito pelo mestre Akira Kurosawa.


Muito bem editado por Joel Cox & Gary Roach. Mesclando perfeitamente os diálogos com as performances de Frank, solo e/ou com os Four Seasons, quase na integra. Eastwood, no auge de seus 80 anos, nos brinda com um filme primoroso, não só pela ótima reconstituição de época e figurinos . Indo dos anos 50 para os 90, quando os Four Seasons são nomeados para o Rock’n’Roll Hall of Fame. Mostrando os altos e baixos na caminhada de um dos grupos mais influentes da música.

Encerrando “Jersey Boys” como os musicais de antigamente, com todos os atores em cena dançando e cantando as canções que marcaram uma geração. Simplesmente maravilhoso. E nos trazendo na memoria, outro grande trabalho seu. A cinebiografia do saxofonista Charlie Parker, “Bird (1988)”.

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