O tema da AIDS sempre foi discutido de forma feroz e preconceituoso pelas pessoas no seu inicio. Dito como a doença gay em seus primeiros dias por atingir as pessoas sexualmente ativas (do mesmo sexo, leia se homossexuais e lésbicas) por não usarem camisinha ao fazerem o ato e/ou no uso de drogas injetáveis (por meio de seringas compartilhadas entre eles). Mais tarde, ao pesquisarem melhor como a AIDS se espalhava tão rápido, médicos e especialistas viram que isso valia também para os heterossexuais ativos e viciados em drogas do mesmo gênero, onde eram transmissores do vírus inclusive. Para combater a AIDS, a indústria farmacêutica vislumbrou um modo de ganhar com isso.
Dai temos o AZT. Um remédio que ataca o vírus com um porém. Ele também ataca as células saudáveis dos infectados. Mais tarde, percebeu-se que seu uso é limitado a uma pequena dose junto a outras medicações que combatem o vírus e onde as pessoas soro positiva ganham uma expectativa de vida mais prolongada. Esta é à base da história de “Clube de Compras Dallas (Dallas Buyers Club, 2013)”. Dirigido por Jean-Marc Valle de “A Jovem Rainha Vitoria (2009)” e estrelado pelos galãs Matthew McConaughey e Jared Leto, com a participação especial de Jennifer Garner (a agente Sydney Bristow do finado seriado de TV “Alias de 2001 a 2006”).
Estamos no começo dos anos 80. McConaughey é Ron Woodroof, um eletricista que vive de pequenos golpes e no limite com muito sexo, drogas e álcool. Homofóbico de carteirinha, ele sofre um acidente no trabalho e é levado para o hospital de sua cidade. E lá é diagnosticado como soro positivo e tem 30 dias de vida. Ele discute com os médicos, entre eles, a doutora Eve Saks (Garner). Saks tenta auxiliar Ron, mas este se recusa a principio. Mais calmo e consciente Ron começa a pesquisar sobre a AIDS e ver se acha uma cura ou algo do gênero para recuperar o controle sobre sua vida.
Consegue um contato dentro do hospital, onde o paga para roubar AZT dos estoques do hospital para ajuda-lo a se medicar. Em determinado momento, o enfermeiro não consegue mais retirar o remédio do hospital. Ele indica a Ron, um médico no México que trata do vírus com uma medicação alternativa sem o uso de AZT. Daí Ron vai até lá e conhece o doutor Vass (Griffin Dunne, o melhor amigo do “Lobisomem Americano em Londres (1982)”, quem se lembra dele?). Dizendo a Ron que o AZT não é o remédio correto para ele e nem para os outros. É preciso pesquisar mais a respeito. Vass indica a Ron um composto de produção própria, o DDC, e uma proteína conhecida como peptídeo T.
Onde Ron volta a se sentir bem e vendo uma oportunidade de ganhar dinheiro. Daí, ele passa a contrabandear o composto e vende-lo para pessoas que não conseguem o tratamento necessário pelo governo americano. Ele tem a ajuda do transexual Rayon (Leto) que conheceu no hospital. Assim rola a história real vivida por Ron que passa de homofóbico a simpatizante daqueles que tem a doença como ele e contra a indústria farmacêutica junto a médicos que só vislumbram o lucro sobre algo tão devastador como AIDS. A transformação física de Matthew McConaughey é um dos fatores que chamam atenção em sua atuação.
Sai o ator saradão e surge uma pessoa que perdeu mais de 21 quilos para
representar a persona de Ron Woodroof. Uma pessoa preconceituosa, viciada em
drogas e pegador de mulheres para um militante da luta contra a AIDS e daqueles
que só querem ganhar em cima dela. Onde sua performance pode lhe dar o Oscar de
Melhor Ator deste ano em sua primeira indicação ao prêmio. Bem como Jared
Leto como Rayon. Sai o rockstar do 30 Seconds to Mars e surge o
transexual viciado que quer simplesmente viver. Leto também
sofre uma transformação física onde teve que perder mais de 13 quilos para
aparentar a fragilidade de seu personagem. Foi indicado ao Oscar de Melhor Ator
Coadjuvante, com boas chances de levar a estatueta para casa.
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