O que dizer de um filme estrelado por duas das maiores atrizes do cinema
norte americano de suas gerações? A icônica Meryl Streep e a linda mulher Julia
Roberts. Agora reunidas na adaptação para a tela grande da peça escrita,
vencedora do Pulitzer em 2008 e do Tony (espécie de Oscar do teatro norte
americano), pelo autor Tracy Wetts. Dirigido por John Wells,
produtor do cultuado seriado de TV “ER (1994 a 2009)” e produzido pelo
galã George Clooney. O “Álbum de Família (August: Osage Country, 2013)” mostra o reencontro da mãe Violet
Weston (Streep) com suas filhas Barbara (Roberts), Karen (Juliette
Lewis, “Assassinos por Natureza,
1994”) e Ivy (Julianne Nicholson da série de TV “Masters of Sex, 2013”) para o enterro do
patriarca da família Beverly Weston (Sam Shepard, “Os Eleitos, 1983”), que se suicidou.
Com todos reunidos na sua terra natal, localizada no condado de Osage em Oklahoma, que no auge do verão é conhecido como o inferno na Terra. Ao colocar os pés de volta, começa o embate entre Barbara e Violet. Onde a mesma coloca para fora tudo aquilo que guardou depois da saída das filhas, a única que continuou morando na cidade foi Ivy. Bem como o ressentimento com a morte de Beverly. “Álbum de Família” nos dá uma amostra de como era e ainda é o conflito de gerações nos Estados Unidos. Onde temos a geração de Violet e Beverly que se formou na dureza e falta de recursos de seu tempo.
Onde viviam em condições paupérrimas, precisavam trabalhar muito para conseguir dinheiro suficiente para sobreviver e criar suas filhas. Quanto à geração de Barbara & suas irmãs já tinham de certo modo, passado dessa fase, podiam aproveitar as economias e o enriquecimento de seus pais para se formar na faculdade de sua escolha. Escritores e dramaturgos classificam isso como “Baby Boom”. Aqueles que nasceram após o período da Guerra entre 1946 e 1964, conhecida como a “época de prosperidade”, onde podiam optar como seguir em suas vidas. Onde se encaixam Barbara, Karen & Ivy.
Quanto seus pais, são do período da Grande Depressão Americana até a Segunda Guerra Mundial, chamados de a “Grande Geração” por ser a coisa certa a ser feita naquele momento. Voltando ao filme, vemos Meryl Streep soltar toda sua ferocidade dramática em um personagem rico em raiva, rancor, loucura e maldade, misturados a pílulas para amenizar a dor física sentida por Violet, diagnosticada com câncer bucal. Do outro lado temos Julia Roberts mostrando que além de “Uma Linda Mulher” é uma atriz de verdade.
Sentindo na pele que com a idade se aproximando, vê que sua Barbara ficar a cada dia mais parecida com a mãe e sua tia Mattie Fae (Margo Martindale). Fora as ótimas atuações de Meryl & Julia, temos os dramas pessoais vividos por seus personagens. Como a crise no casamento de Barbara e seu marido Bill (o eterno cavaleiro jedi Ewan McGregor) e a relação conflituosa com a filha de 14 anos, Jean (Abigail Breslin, a “Pequena Miss Sunshine, 2006”).
A irmã Ivy tendo um romance secreto. O relacionamento difícil de Mattie com seu filho Little Charlie (Benedict Cumberbatch, o Khan de “Star Trek: Além da Escuridão, 2013”). Que só pode contar com o amor do pai Charles (Chris Cooper, Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por “Adaptação (2002)” de Spinke Jonze). À primeira vista, “Álbum de Família” parecer ser um drama familiar comum. Porém, o teor de sua história se mostra um pouco mais complexo, você pode acabar se identificando com seus personagens por estar vivendo (e / ou viveu) algo parecido.
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