Quem não se lembra nos primeiros anos da MTV no Brasil, tínhamos
programas que contavam a história de artistas internacionais e nacionais
consagrados como Paul McCartney, Aerosmith, Rolling Stones, Ozzy Osbourne,
Titãs, Barão Vermelho, Os Paralamas do Sucesso e dentre outros. Conhecido como "Rock História". Temos também
filmes sobre Rock como “Woodstock: 3 Dias de Paz, Música
& Amor (1970)”, que relata os três dias do primeiro grande
festival de música e arte do planeta e “O Último Concerto de Rock (The
Last Waltz, 1979)”, a despedida dos palcos da The Band e dirigido pelo
mestre Martin Scorsese. Sem falar dos filmes dos quatro rapazes de
Liverpool, The Beatles, “A Hard Day’s Night (1964)”
e "Help (1965)". Ambos dirigidos por
Richard Lester.
No ano passado e em 2011, tivemos uma enxurrada destes rock
documentários. Em 2011, o Pearl Jam lançou “Twenty” em
comemoração aos 20 anos da banda. Realizado pelo cineasta rock’n’roll Cameron
Crowe de “Quase Famosos (2000)” e “Compramos um
Zoológico (2011)”. “Twenty” conta os primórdios do PJ
quando os amigos Jeff Ament e Stone Gossard formam o Green River com
Mark Arm (Mudhoney) até chegar ao Mother Love Bone com o cantor Andrew Wood e o
seu fim com a morte de Wood,por overdose de drogas. E a entrada de um tímido Eddie Vedder, através de uma fita
cassete (se você nasceu nos anos 90, pergunta o que é isso???) enviada pelo
correio, por indicação de um amigo em comum entre ele e Stone. Daí o resto
é história. Mostrando o crescimento e amadurecimento do grupo e ao mesmo tempo,
vemos Vedder se tornar um dos
melhores cantores e compositores da sua geração.
No mesmo ano, o U2 lança “From The Sky Down”,
filme que comemora os 20 anos do álbum que foi o divisor de água na carreira
de Bono & companhia, “Achtung Baby (1991)”. O que
se vê é um grupo cansado da última tour, querendo se reinventar. E sair do tom
messiânico e político do começo de carreira, em especial dos discos “The
Unforgettable Fire (1984)” e “The Joshua Tree (1986)”. Dirigido
por David Guggenheim, o documentário mostra que cada história
contada por Bono, The Edge (guitarra), Adam
Clayton (contrabaixo) e Larry Mullen Jr. (bateria) é
sentida a tensão vivida por eles durante as sessões de gravação, que não saiam
como imaginavam. Até surgir a canção “One”, que foi o canto do
cisne deles e salvá-los do fim da banda. Assim a gravação de “Achtung Baby”
engata de vez, com a criação de canções como “Even Better Than The Real
Thing”, “Zoo Station”, “Until The End of the World” e “Ultra
Violet”.
O saldo final é um dos melhores álbuns daquele ano e a reinvenção do U2 como grupo de rock. Já em 2012, foi o ano que se comemorou os 50 anos da maior banda de rock de todos os tempos, os Rolling Stones. Com isso, temos “Crossfire Hurricane (2012)” e “Charlie is my Darling (2012)”. O primeiro, dirigido por Brett Morgen, conta a história dos Stones de acordo com a visão de cada membro. Mick Jagger (vocal & guitarra), Keith Richard (guitarra), Ronnie Wood (guitarra) e Charlie Watts (bateria) falam em off e sem imagens recentes. Com cenas inéditas do documentário “Cocksucker Blues (1972)”, proibido pela própria banda, recheadas de muito sexo, drogas e rock’n’roll.
E a modéstia de Keef Richard, falando sobre o blues “Midnight Rambler” que ninguém conseguiria compô-la, a não ser ele e Mick. “Charlie is my Darling” mostra como foi a tour dos
Stones em um final de semana na Irlanda em 1965. Com várias cenas nunca vistas,
o que se vê são os bastidores e a agitação do público nas apresentações, no
melhor estilo Beatlemania. E com performances eletrizantes de “The Last
Time”, “Time is on my Side” e “(I Can’t Get No) Satisfaction”. Assim,
para aqueles que apreciam boa música aliada à construção de imagens para contar
a história de sua banda favorita na sala de cinema e /ou no conforto do seu lar
na frente da sua TV de tela plana HD com sistema de som surround THX.

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