Principal estreia do final de semana da sua cidade, temos a mais nova aventura cinematográfica de Tom Cruise na tela grande. Estou falando de “Oblivion (Oblivion, 2013)”. Baseado na história em quadrinhos de mesmo nome do seu criador e diretor Joseph Kosinski, de “Tron: O Legado (2010)”. Aqui temos a história de Jack Harper (Cruise), um soldado e mecânico que conserta drones (robôs de batalha) que tomam conta de estações que extraem energia do mar a ser utilizada na estação Tet localizada na atmosfera da Terra.
Onde
parte dos sobreviventes vivem e o restante da humanidade na lua Titan no
planeta Saturno. Agora você me pergunta o que está acontecendo? Bem, o ano é
2077, o planeta foi invadido por uma raça alienígena chamada “Saqueadores”, que destruíram
parcialmente a Lua. O que afetou a rotação da Terra, onde ocorreram terremotos
e tsunamis. Destruindo as maiores cidades e desestabilizando os sistemas
elétricos também. Apesar de tudo, nós ganhamos e os poucos extraterrestres
vivem escondidos nas cavernas.
Isso aconteceu a 60 anos atrás, Jack e sua esposa Vika (Andreas Riseboroung, de “W./E. O Romance do Século, 2011”) moram e trabalham em uma estação que fica localizada no céu. Em uma missão, no solo terrestre Jack em busca de um drone perdido. Encontra um prédio que possui um rádio que transmite uma mensagem para o espaço infinito. Preocupado em decifrá-la, Jack é levado para um setor isolado da Terra que pode receber uma nova invasão, mas ao invés disso, temos cápsulas com sobreviventes adormecidos de uma nave especial, ao que parece ser, humana. Lá está Julia (Olga Kurylenko, a bondgirl de “007: Quantum of Solace, 2008”). Ela assombra os sonhos de Jack como uma lembrança do passado.
Sempre curioso o que realmente aconteceu na guerra contra os “saqueadores”, Jack é levado pelo instinto e tenta ajudar Julia que está atrás do gravador (estilo caixa preta dos aviões*) de sua nave para descobrir o que aconteceu com seus amigos. Na busca, se encontra com Malcolm Beech (Morgan Freeman da saga “Batman: O Cavaleiro das Trevas”) e Sykes (Nicolaj Coster-Waldau, o Jaime Lannister de “Game of Thrones”). Líderes dos poucos humanos que habitam a terra devastada do planeta, com uma versão bem diferente dos fatos sobre a vitória contra os “saqueadores”.
“Oblivion”
como toda boa ficção cientifica da telona tem suas virtudes e falhas. Como
virtudes, se destacam a excelente direção de arte que remete a clássicos como “2001: Uma Odisséia no Espaço (1968)”,
onde a moradia de Jack & Vika é totalmente branca com mais moderna
tecnologia ao seu lado em formatos arredondados. A trilha musical feita por Anthony Gonzalez & Joseph Trapanese,
a dupla M83. Com momentos que
lembram as trilhas da saga Star Wars e a scifi “Blade Runner: O Caçador de Androídes (1982)”. Sem deixar de
mencionar a ótima fotografia do chileno Claudio
Miranda em tons acinzentados.
Anthony Gonzalez & Joseph Trapanese (M83) featuring Suzane Sundfor: Oblivion
A única falha está no modo de Kosinski conduzir sua própria história, que passou várias mãos até chegar ao resultado que se vê na sala de cinema. A versão final do roteiro foi feita por Michael Arndt. Responsável pelos novos rumos da saga Star Wars, que deve voltar ao cinema em 2015, onde teremos a conclusão desta com Luke Skywalker & companhia a frente nos Episódios VII, VIII & IX. Por isso, o que se vê são as influências dos filmes citados acima como também de “Fahrenheit 451” de Francois Truffaut, que fala de um futuro hipotético onde a leitura de livros e a escrita são proibidas.
E em “Oblivion”,
algo parecido ocorre, porque Jack só tem acesso a um livro quando entra em uma
caverna subterrânea, que na verdade, era uma biblioteca antigamente. E lá, lê o
poema “Stanza XXVII” de Horácio. Bem
como da trilogia "Matrix",
na parte final do filme. Porém, acerta ao passar a mensagem sobre o uso de armas
nucleares, ao mostrar o personagem de Cruise como Wall-E em versão live action,
nas referências de um passado distante ao tocar “Ramble On” do Led Zeppelin e “White
Shade of Pale” do Procom Harum e um bobble head do Elvis no painel do caça
de Jack. A atuação sóbria de Tom em
um novo mundo que não parece ser tão perfeito como aparenta.
*caixa preta de avião: é nome popular de um sistema de registro de voz e dados existente nos aviões (e mais recentemente nas locomotivas dos Estados Unidos e Europa). O som ambiente das cabinas de comando e do sistema de áudio são gravados pelo "Gravador de Voz", ou CVR (de Cockpit Voice Recorder), e os dados de performance como velocidade, aceleração, altitude e ajustes de potência, entre tantos outros, é gravado em outro equipamento conhecido como "Gravador de Dados", ou FDR (de Flight Data Recorder). São, portanto, dois equipamentos distintos e independentes.
Mas ambos com uma inscrição eletrônica de tempo, que é fundamental para colimar ou superpor os eventos de voz com os eventos de performance. São colocadas normalmente na cauda do avião e feitas de materiais muito resistentes, como aço inoxidável e titânio, capazes de suportar uma aceleração de 33 km/s², um impacto de 3.400G (1G= aceleração da gravidade da Terra), temperaturas de até 1.100°C por uma hora, e pressão aquática em profundidades de até 6.000 m, de forma a permitir que em caso de acidente se consigam recuperar os registros e investigar as causas do acidente.
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