Em exibição em nossas salas de
cinema, o mais novo filme do cineasta Oliver
Stone, “Selvagens (Savages, 2012)”.
Baseado no livro do autor Don Winslow,
que pesquisa sobre o cultivo de maconha nos Estados Unidos e os carteis de
droga no México.
Escrito a seis mãos, Stone, Winslow e o roteirista Shane
Salerno, o filme conta a história de dois amigos de infância, Ben &
Cho, Aaron Johnson e Taylor Kitsch respectivamente. Sendo
Ben, o cabeça da dupla, formado em administração e botânica tem uma idéia
juntamente com o amigo Cho, ex-militar que lutou no Afeganistão e trouxe de lá
uma semente de maconha que devido a sua pureza consegue mais de 30% de eficácia
no seu efeito alucinógeno. Para os entendidos, isso é um fator determinante
para a compra e venda do produto, consequentemente o seu sucesso.
A pesquisa e a venda de maconha
como produto medicinal não é proibida, mas a dupla consegue burlar a lei.
Camuflando a sua pesquisa, conseguem criar um negócio independente de ótima aceitação.
Em meio a isso, temos O, abreviação
de Ofélia (personagem de Blake Lively
do seriado de TV Gossip Girl), como o interesse romântico dos dois. Onde ela
divide seu espaço com eles e sem qualquer problema entre os mesmos. Plenamente
satisfeitos com a situação. E contando também com os olhos fechados do agente
de policia Dennis (John Travolta de
Pulp Fiction, 1994), que recebe deles uma boa fatia dos lucros para fazer isso.
O sucesso deles chama a atenção
do cartel de drogas no México, chefiado por Elena Sanchez (a Frida Kalo Salma Hayek), que sugere uma parceria com eles. Mas Ben
e Cho se negam, ela se irrita com a negativa deles e sequestra O com a ajuda de
seu comparsa e faz tudo Miguel “Lado” Arroyo (o Che Benicio Del Toro).
Desse modo, é uma corrida contra o tempo para
eles salvarem o amor de suas vidas. Ao mesmo tempo em que são obrigados a fazer a
parceria com Elena e manter O viva. Assim o filme se transforma de uma película
que discutia o cultivo da maconha e o amor livre em pleno século XXI para um
filme policial com contornos de ação e suspense.
Stone sai da sua zona de conforto de filmes políticos (JFK, 1991;
Nixon, 1995 & W, 2008) e de guerra como os premiados “Platoon (Platoon,
1986)” e “Nascido em quatro de Julho (Born on the Forth of July, 1989)” e o
pouco visto “Entre o Ceú e a Terra (Heaven & Earth, 1994)”. Fazendo assim
um filme que não é comum na sua filmografia como citado acima.
Onde consegue se sair bem,
dosando na medida exata a ação com o suspense. Com momentos de pura nostalgia
como numa conversa do trio falando sobre a fuga deles lembra a cena final do
clássico “Butch Cassidy (Butch Cassidy & The Sundance Kid, 1969)”, onde
Butch e Sundance Kid conseguem (ou não) sobreviver. E há também referências de
“Assassinos por Natureza (Natural Born Killers, 1993)” e “Reviravolta (U Turn,
1997)”, são os que mais se assemelham com este, outros filmes de Stone que
mostram como ele pode variar de estilo. Devido ao teor de violência, consumo de
drogas e suspense.
Quanto ao trio formado por Kitsch, Johnson e Lively
conseguem transmitir a sensualidade nas cenas em que estão juntos. Já Hayek faz um tipo “O Poderoso Chefão”
de saias que tenta se reconciliar com a filha e Del Toro, o típico mexicano malandro que quer tirar proveito da
situação como um todo. Travolta se sai bem como o policial
corrupto que não quer perder a oportunidade de ganhar mais dinheiro. Tornando o
filme em uma viagem lisérgica com a narração em off de O para guiar o
espectador em 131 minutos.
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