Em meio à estreia do novo filme de James Bond, temos nas salas de cinema do país, o filme que conta a história do Rei do Baião Luiz Gonzaga desde seu nascimento na cidade de Exu no sertão de Pernambuco, sua ascensão como músico até a reconciliação com o filho Gonzaguinha. Este é o mote de “Gonzaga, De Pai Para Filho (2012)”.
Dirigido por Breno Silveira, que dirigiu a
cinebiografia da dupla sertaneja Zezé de Camargo & Luciano, “2 Filhos de
Francisco (2005)”. Silveira consegue fazer um excelente trabalho ao contar como
foi à vida de Gonzaga, filho de sanfoneiro, desde sua saída da cidade natal
devido a um amor proibido e por isso acabou entrando para o exército. Dez anos
depois, volta a se interessar por música na cidade do Rio de Janeiro. Passados
quatro anos tocando valsas, tango e choros, já desistindo da carreira resolve
compor uma canção que retrata esse descontentamento com a música e voltar às
suas raízes, a música regional em especial, o forró.
Daí surge, o seu
maior sucesso, “Asa Branca”. Que conta era a vida no sertão ao lado da família
e sua relação com o pai. E como isso influenciou indiretamente a
sua com Gonzaguinha. É o que pontua o filme, este conflito de gerações.
O elenco consegue
dar uma ótima dinâmica a ela. Intenso em conversas entre pai e filho nos anos
80 (Adélio Lima e Júlio Andrade), emotiva na narrativa de
Gonzaga, da sua juventude em Exu (Land
Vieira) até sua vida adulta (Chambinho
do Acordeon) e suas dicussões com o filho (o menino Alison Santos e o jovem Giancarlo
Di Tommaso). A parte musical foi escolhida a dedo para trabalhar de acordo
com a trama em sincronia com a atuação de seus atores, em especial Júlio Andrade e Chambinho do Acordeon. Um dos pontos de discórdia entre eles, Gonzagão
era simpatizante dos militares quanto o filho Gonzaguinha lutava contra a
ditadura na década de 70.
O filme vale o
ingresso como uma grande homenagem a dois dos maiores compositores e
interpretes da música no Brasil. Suas desavenças ficam pequenas na telona ao
lado das grandes canções que fizeram. Outro ponto positivo é a excelente
reconstituição de época e a bela fotografia de Adrian Teijido.
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