Em cartaz em nossas salas de
cinema, a adaptação para a tela grande do romance “Corações Sujos” escrito por Fernando
Morais, que conta como foi à imigração japonesa nos tempos da Segunda
Guerra Mundial para o Brasil. “Corações
Sujos (2012)” é dirigido por Vicente
Amorim de “Um Homem Bom (2008)”, nos dá um retrato daqueles que viram ao
nosso país tupiniquim começar uma nova vida.
Constituído por um elenco quase na sua totalidade de japoneses, falado na língua deles. Exceção feita com a participação do ator global Edu Moscovis como o delegado de polícia da cidade do interior de São Paulo e seus comandados.
Com base em um conto original do livro, onde japoneses são presos por tentarem matar um soldado porque o mesmo profanou a bandeira do Japão quando os advertia sobre um ritual típico japonês que era proibido no Brasil. Isso deve porque os imigrantes mais nacionalistas não acreditavam na derrota do Japão na Segunda Guerra.
Assim
temos Takahashi (Tsuyoshi Ihara)
como o fotógrafo da cidade que fazia parte dos nacionalistas. Entra para o
grupo extremista Shindô Renmei, que executava todo aquele que acreditava na
derrota do Japão e os chamando de “Corações Sujos”. Daí o título do filme e do
livro. É onde se vê que uma atitude extrema que pode causar tanta dor e
sofrimento.
Imaginando que tudo o que é dito pelos brasileiros são “mentiras do aliado” e que o Imperador Hirohito jamais se renderia, Takahashi é convencido pelo líder do grupo, feito por Eiji Okuda, a se tornar o executor daqueles que forem contra eles.
Daí entra o drama moral dele, mesmo acreditando nas crenças japonesas e se recusando a aceitar sua situação em um novo país. Takahashi se vê em dúvida sobre o que está fazendo, se é honrado defender o seu país e/ou suas crenças pessoais sobre certo e errado. Ao mesmo tempo, vê sua esposa se distanciar cada vez mais por causa do que está fazendo.
O
filme é um bom retrato daqueles tempos de guerra, mostrando como era a vida dos
japoneses em suas colônias, a tentativa de se adaptar a uma nova realidade fora
do Japão e aceitando a derrota como um fato verdadeiro e dando sequência a suas
vidas, consequentemente dando um futuro a seus filhos e gerações futuras.
Agora
um dado pessoal. Este que vos escreve é descendente de japoneses, sendo que
minha mãe é imigrante e meu pai é japonês só que nascido aqui no Brasil. E
perguntando a eles sobre esses tempos, na época eram crianças, os mesmos me
disseram que estes conflitos realmente existiram. Mas como não estavam próximos
das zonas de conflito, ouviram muitas histórias sobre as mortes e as brigas. E
meus avós tinham noção da derrota do Japão, mas não se pronunciavam a respeito
para evitar maiores problemas.
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