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ROGER WATERS, Literalmente Demolindo Tudo


Saindo um pouco da sétima arte, vou falar sobre um dos maiores acontecimentos em terra brasilis. Nas noites do último domingo (01.04) e da última terça-feira (03.04), ocorreram os melhores shows de 2012. Mesclando o conceito de ópera e rock nas últimas consequências. Roger Waters, ex-líder do Pink Floyd, eleva este a um grau nunca imaginado. Com um cenário gigantesco que traz o conceito do álbum “The Wall” de uma forma que impacta logo de cara. 
Você chega ao estádio do Morumbi, mais conhecido pelos boleiros como “Panettone”, já vê o muro parcial construído e um espaço no meio para ver os músicos e um telão circular. O show começa pontualmente às 21hs, com as luzes apagadas já entra “In The Flesh” com seu riff cortante em meio a fogos de artificio e sons de tiros com direito a um avião em miniatura se chocando com o palco com explosão e tudo mais. Após o impacto inicial, temos a balada “Thin Ice” seguida do medley “Another Brick The Wall Part I”, “The Happiest Days of Our Lives” com a catarse em “Another Brick the Wall Part II” e a participação do coral de crianças do Instituto Bacarelli de Heliopólis para cantar o refrão da canção juntamente com todos no estádio.

O único momento que Waters conversa com o público e pronuncia algumas palavras em bom “português” dedicando o show para Jean Charles de Menezes e sua família, assassinado pela polícia inglesa por ter sido confundido com um terrorista em meio ao ataque no metrô de Londres em 2005. Daí toca uma canção escrita para ele chamada “The Ballad of Jean Charles”.

Depois discursa, em inglês, falando de como compôs a próxima canção por volta de 1979, mostrou aos integrantes da banda e que mais tarde seria mandado embora por eles . É a deixa para Waters dedilha acusticamente “Mother”. Essa originalmente é um dueto entre ele e David Gilmour, que é substituído à altura pelo vocalista Robbie Wycroff. Que possui um tom vocal muito parecido com o dele.

Em seguida temos o medley “Goodbye Blue Sky”, “Empty Spaces” e “What Shall We Do Now” com muro quase completamente construído e projeções de imagens do clássico filme de 1982, dirigido por Alan Parker. O momento rock’n’roll com “Young Lust” novamente com Wycroff nos vocais. Logo depois o medley final com “One of My Turns”, “Don’t Leave Me Now”, “Another Brick in the Wall Part III” e “The Last Few Bricks” e o ultimo tijolo do muro colocado com “Goodbye Cruel World”.

Intervalo de 20 minutos para se recuperar do choque inicial. Com o muro completo temos o clássico “Hey You” seguido do belo instrumental de “Is There Anybody There” e a balada “Nobody Home” com direito a um quarto montado na base do muro. Temos com o medley “Vera” e “Bring The Boys Back Home”, a introdução perfeita para a “demolição” do estádio com “Comfortably Numb”. Com vocais divididos com Wycroff novamente e os solos de guitarra revezados entre Dave Kilminster e Snowy White.


Entramos na parte final do concerto com “The Show Must Go On” e “In the Flesh (Reprise)” com toda banda a frente do muro e vestidos com roupas militares. Com a introdução estampada no muro “Há paranoicos no público?”, é a deixa para “Run Like Hell”. E o medley de encerramento com “Waiting for the Worms”, “Stop” e “The Trial” com a demolição do mural enchendo as caixas de som com sua destruição avassaladora. Com ele derrubado, temos a acústica “Outside The Wall” com a apresentação de todos os músicos feita por Waters e cada um vai saindo até o próprio de se despedir.

Como saldo final, não existe palavras para descrever tal espetáculo. O muro funciona como um telão 3D em que as projeções funcionam de acordo com cada canção, a partir dos desenhos do artista Gerald Scarfe com base no conceito de Waters sobre o projeto. O som no estádio estava perfeito onde a equalização quadrifônica feita por Waters funciona a contento. Sem esquecer, o Porco Inflável, marca registrada de seus concertos e capa do clássico do PF, “Animals (1977)”.


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