Com “Albert Nobbs (Albert Nobbs, 2011)”, temos um exemplo que o cinema pode ser simples e ao mesmo tempo, objetivo. Baseado no conto “The Singular Life of Albert Nobbs” de George Moore foi adaptado para a tela grande por John Banville e pela sua estrela Glenn Close, que inclusive produz o filme.
A trama fala deste personagem singular que na verdade é uma mulher que vive como homem a mais de 30 anos trabalhando como garçom nos mais diversos estabelecimentos. Mostrando como era difícil para as mulheres da época viveram na Irlanda em pleno século 19. Em um dos poucos momentos que se solta é quando está trancada no seu quartel no hotel em que trabalha contando as suas economias e assim abrir o próprio negócio, uma tabacaria. Daí, vemos o trabalho de Close que nos transmite toda fragilidade de Nobbs.
Em determinado momento do filme, Nobbs recebe uma tarefa ingrata. Terá que dividir seu quarto com o pintor Hubert Page que está fazendo um trabalho no hotel e precisa de um lugar para passar à noite. Contrariada aceita a proposta. Ela tenta se esconder ao máximo e por uma casualidade, no caso uma pulga, acaba se revelando a Page que promete não revelar seu segredo, pois também tem um. O senhor Page é interpretado brilhantemente por Jane McTeer.
Mais tarde revelado a Nobbs, que daí vê seu sonho pode se tornar uma realidade. Vislumbra a vida de Page, que tem uma vida casada com uma costumeira, como uma porta para a sua e procurando alternativas para assim dar andamento ao seu empreendimento com a tabacaria. Dirigido pelo colombiano Rodrigo Garcia nos traz um filme de época leve, mas que não cai no convencional e o que se vê é o silêncio de Nobbs vale mais que mil palavras.
Sem contar o show de interpretação de Glenn Close, que inclusive já o havia interpretado no teatro e levou mais de 15 anos para conseguir um estúdio para produzí-lo e levá-lo para a telona. Para chamar atenção da nova geração, temos a participação de Mia Wasikowska (“Alice no País das Maravilhas, 2010” de Tim Burton) e Aaron Johnson (“Kick Ass – Quebrando Tudo, 2010” de Matthew Vaughn) fazendo um par romântico que interfere direta e indiretamente nos rumos da vida de Nobbs. E a aparição de Pauline Collins, a “Shirley Valentine (1989)”, como a dona do hotel. Caso a estatueta não tivesse sido ganha por Meryl Streep pelo filme “A Dama de Ferro“ e ido para as mãos de Close, ela estaria em boas mãos.
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