Em cartaz nas nossas salas de cinemas, temos a cinebiografia do polêmico criador do F.B.I. J.Edgar Hoover (1895 – 1972) dirigida pelo ícone do cinema Clint Eastwood e estrelada por Leonardo DiCaprio, fazendo o próprio.
Aos 80 anos, Eastwood mostra vigor ao fazer um filme sobre Hoover. Não o retratando como herói ou vilão, e sim como um homem convicto de seus ideais e princípios, que também comete seus erros e equívocos. Aproveitando o clima tenso nos E.U.A. por causa do movimento comunista na América. Ele quer revolucionar o modo de investigar um caso com a utilização de impressão de digitais para criar um catálogo de criminosos e assassinos no país.
Hoover se vangloria de criar uma instituição para defender e proteger os interesses do cidadão americano. Ao mesmo tempo, ascender profissionalmente e influenciar (direta ou indiretamente) os rumos políticos de seu país. É aí que Eastwood mostra o cineasta que é.
Vemos um personagem que se confunde com a própria história do F.B.I. . Sem se preocupar em exibir a figura pública e sim um personagem humano cheio de dúvidas e conflitos. Temos um lado de Hoover, que precisa da aprovação e conselhos da mãe (magistralmente interpretada por Judi Dench, a “M” de 007) e também se impor a ela como um homem de sucesso.
Temos a ascensão dos G-Men, como eram conhecidos seus agentes e a criação de laboratórios para análise de provas com a contratação de especialistas das mais diversas áreas como, por exemplo, em madeira, que é determinante para a solução de um caso de sequestro (o Caso Lindenbergh) que Hoover está investigando por conta própria. Porque até então não era um crime federal.
A destacar também a atuação de DiCaprio, que nos dá a noção do conflito de seu personagem em sua homossexualidade reprimida por causa da mãe, que chega a dizer que prefere ter os dois filhos mortos a ver um deles gostar de pessoas do mesmo sexo, em um dos momentos mais fortes do filme.
Em contraponto, temos a relação com o melhor amigo e companheiro Clyde Tolson, interpretado por Armie Hammer (os gêmeos de “A Rede Social, 2010”), e como todo relacionamento tem seus altos e baixos. Sem dizer da cumplicidade da sua secretária de longa data Helen Grandy, feita por Naomi Watts de “O Chamado 1 & 2 (2002 & 2005)”, que guarda os segredos mais íntimos de Hoover a sete chaves.
Como saldo final, vemos Leo DiCaprio deixar para trás a imagem de herói chorão de “Titanic (1997)” e nos proporcionar uma das suas melhores interpretações na tela grande, que foi aprimorada com a parceria ao lado do diretor Martin Scorsese, em filmes como “Os Infiltrados (2006)” e “A Ilha do Medo (2010)” e sem deixar de citar “Diamante de Sangue (2006)” de Edward Zwick (“O Último Samurai,2003”).
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