“Tudo
pelo Poder (The Ides of March,
2011)”, o novo filme dirigido e estrelado por George Clooney tem o teor político de seus filmes anteriores como
diretor, é só procurar nas melhores vídeo-locadoras do seu bairro (se ainda
existem?), por seus filmes atrás das câmeras: “Confissões
de Uma Mente Perigosa (2002)” e “Boa
noite & Boa Sorte (2005)”. Seguindo o seu idealismo político, Clooney faz uma película contando os
bastidores da campanha de Mike Morris (interpretado pelo próprio). Governador
de Ohio, para ser o candidato à Presidência dos Estados Unidos pelo seu
partido, os democratas.
Uma clara alusão ao Presidente Barack Obama, que é democrata. O filme é baseado na peça “Farragut North” de Beau Willimon e se passa na cidade de Des Moires, Iowa, poucas semanas antes das primárias do seu partido a decidir seu candidato à Presidência. Em meio a tudo isso, temos o diretor de comunicação da campanha Stephen Myers, interpretado por Ryan Gosling (“Diário de uma Paixão, 2004”) com a certeza e o idealismo que Morris irá ganhar as primárias.
No decorrer do filme, vemos esse idealismo cair por terra com todas as intrigas e descobertas feitas por Myers em meio ao passado do seu candidato e acaba conciliado com seu dia-a-dia, especialmente quando se envolve emocionalmente com a estagiária da campanha Molly, interpretada por Evan Rachel Wood (“Across the Universe”, 2007).
Com uma boa trama que lembra os melhores filmes políticos americanos como “Todos os Homens do Presidente (1976)” e “Rede de Intrigas (1976)”, vemos o ideal de Myers de um candidato perfeito ser apenas uma ilusão. Descobrindo que Morris por trás da máscara de salvador da pátria, ser apenas um homem que quer atingir seus objetivos e não se importando com as conseqüências de seus atos.
Várias
reviravoltas acontecem, como por exemplo o diretor de campanha do rival de
Morris, Tom Duffy, feito por Paul
Giamatti (“Duplicidade”, 2009),
oferecer um cargo na sua comissão e confidenciar um segredo, e ao mesmo tempo o
conselheiro de Morris, Paul Zara, interpretado por Philip Seymour Hoffman (Oscar de melhor ator por “Capote” em 2005) tentar uma aliança
política com o senador do Iowa de moral questionável feito por Jeffrey Wright (“007 Quantum of Solace, 2008”) e assim garantir a vitória nas
primárias.
É um filme que mostra bem como é feita à política na América e porque não dizer, em nossa terra brasilis. Onde tudo é um jogo de interesses e quem tem as melhores cartas ganha o jogo, isto é, os melhores políticos ao seu lado como também as menores alianças. E não se importando com os métodos e as conseqüências dos mesmos.
Uma
boa referência a “Tudo pelo Poder” é o filme “Bob
Roberts (1992)”, dirigido e estrelado por Tim Robbins (“Um Sonho de Liberdade, 1994” e “Sobre Meninos & Lobos, 2003”, pelo
qual ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante), que faz alusão à campanha presidencial
de Bill Clinton nos anos 90.
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