Exibido previamente na 49ª Edição da Mostra Internacional de Cinema da cidade de São Paulo, “O Filho de Mil Homens (2025)”, adaptação do conto homônimo do português Valter Hugo Mãe, chamou atenção de publico e critica. Com sessão lotada, a película dirigida, escrita e sonhada por Daniel Rezende, como bem diz seus créditos iniciais. Ele é dividido em sete partes, apresentando o solitário pescador Crisóstomo, feito pelo galã Rodrigo Santoro. Aos 40 anos, ele busca por companhia. No caso, um filho para compartilhar a vida e seus conhecimentos de pesca. Após o dia de trabalho de volta à sua morada, tem a companhia de um boneco do tamanho de um menino. Mas que não preenche o buraco que sente.
Por isso, deixa bilhetes no vilarejo em que vive em busca de um filho. Até que surge Camilo (Miguel Martines). Um órfão que vivia com o avô (Fernão Zobaran), falecido repentinamente. O menino foi encontrado pela anciã da vila (Teka Romualdo) até Crisóstomo. Num misto de alegria e estranheza, ele o recebe. A convivência inicial é incomoda e o tempo juntos vai os aproximando. Apesar de ser um homem instruído, Crisóstomo aprende com Camilo. Que foi educado pelo avô, que o encorajou a ir para a escola e à igreja aos domingos. Em meio a isso, somos apresentados a anã Francisca (Juliana Caldas) que vive do outro lado do vilarejo. Levando sua vida aos olhos de suas vizinhas e guardando um segredo. Revelado posteriormente, ela está gravida.
Só não tem certeza quem é o pai. Pode ser qualquer um. Inclusive o pai do chefe da policia local. A médica Carminda (Tuna Dwek) realiza o parto, só que Francisca falece. Ela dá luz a Camilo. Que é cuidado por ela e o avô. Dai temos os contos de Antonino e Isaura. O primeiro é um jovem homossexual (Antônio Haddad) que precisa esconder sua condição da comunidade. Podendo ser morto por isso. Já que sua mãe Matilde (Inez Vania) não aprova. Já adulto (Johnny Massaro) é convencido por ela a encontrar uma mulher para se casar. Assim conhece Isaura (Livia Silva) que é pressionada pelos pais (Grace Passó) e (Carlos Francisco) a se casar. Até encontra um pretendente. Porem se desilude e adulta (Rebeca Jamir), para não ficar falada na vila, se une à Antonino. Vivendo um casamento de aparências, acabam fugindo um do outro.
Ele simplesmente desaparece. Isaura caminha pela vila até chegar à praia próxima da casa de Crisóstomo. Dai o mote inicial da produção Netflix “O Filho de Mil Homens”, tendo como característica o tom fantástico. O desejo de Crisóstomo em ter uma família, através de um desejo feito a uma concha. Ela o transporta para mar adentro, onde tem visões sobre o que mais quer da vida. As histórias paralelas vão se conectam até o ato final, todos vivem como uma família disfuncional. Aceitam suas diferenças e criam um circulo fechado de amor incondicional. Filmado em Búzios (Rio de Janeiro) e na Chapada Diamantina (Bahia). A belíssima cenografia local dá ênfase ao que vivenciamos em tela. O ambiente rochoso se distingue das praias e o mar. Somado à sua brisa forte e sol escaldante. Temos a eterna Xica da Silva Zezé Motta como narradora do conto.



Comentários
Postar um comentário