Poucos fenômenos acontecem mundialmente. Um deles veio do México. Como o jargão “Foi Sem Querer Querendo” reproduzido ao redor do globo terrestre. Criado e dito por Roberto Gómez Bolaños, mais popularmente conhecido Chaves. Um órfão que dorme em um barril e convive com os moradores da vila em que reside. Suas atrapalhadas se tornaram lendárias e um sucesso em nossa terra brasilis. O seriado se tornou parte da nossa rotina televisiva, passando diariamente por aqui. Há mais de 40 anos no SBT do saudoso Sílvio Santos.
Bolaños veio a falecer em 2014 aos 85 anos de idade. Sua vida e obra é tema da minissérie HBO “Chespirito: Foi Sem Querer Querendo (Chespirito: Sin Querer Queriendo, 2025)”. Produzido pelo filho mais novo, Roberto Gómez Fernandez, que adaptou a autobiografia do pai que dá nome ao seriado, ao lado da irmã Paulina Gómez. Dividido em oito capítulos, nos trazem Roberto em três momentos. A infância é vivido por Dante Aguiar, na adolescência por Ivan Adrago e já adulto por Pablo Cruz Guerrero. Em cada um deles, a essência do personagem Chaves, como na ida ao circo com a mãe. Ao interagir com o palhaço, o atinge com uma vara e diz a frase que marcou sua carreira.
Já adolescente, deseja a vida artística, pois se fascinou ao ver os programas humorísticos da época. Ao mesmo tempo, conhece a mulher que irá partilhar seus melhores e piores momentos. Graciela Fernandez é vivida por Macarena Garcia Romero na juventude e Paulina Dávila na fase adulta. Ela foi sua principal incentivadora e fonte de inspiração. O símbolo do Chapolim Colorado foi criado por ela. Assim como seus seis filhos que nos trouxeram Quico e Chiquinha. A minissérie faz um balanço sobre sua carreira. Bem como da sua vida.
Dos anos 50 até o inicio dos 70, quando trabalhou na TV mexicana como roteirista. O momento que mostrou sua ideia sobre Chaves e o Chapolim Colorado para o chefão da rede de TV. A suspeita inicial se torna um sucesso retumbante. Transformando Roberto numa espécie de midas televisivo. As duvidas e as certezas, somadas às idas e vindas na sua vida artística e pessoal, também exibem sua genialidade. Para evitar problemas legais, os personagens vividos por Dona Florinda e Quico, Florinda Meza e Carlos Villagrán, tiveram seus nomes alterados. No caso, Margarida Ruiz e Marcos Barragán, interpretados por Bárbara Lopez e Juan Lecanda respectivamente.
Margarida é vista como pivô da separação de Roberto e Graciela. A própria Florinda diz que não é verdade. Eles já estavam separados, quando iniciaram a relação. Mas que cultivaram um amor à distância. Na minissérie, entende-se que ocorreu em meio ao casamento em crise. Polemicas à parte, vemos como Roberto estava à frente do seu tempo, e era uma pessoa imperfeita. Fazendo uso do seu talento humorístico, para levar alegria para as pessoas. Suas falhas e virtudes como pessoa; boas e péssimas decisões profissionais; e o que colheu em vida. Foram sua inspiração para criar personagens que marcaram a história da TV. No seu capitulo final, deixou um grande legado.
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