A música e o cinema possuem uma relação intrínseca. Quem não se lembra do emocionante tema da Saga do Anel composta por Howard Shore ou a tensa trilha composta por Hans Zimmer para a trilogia do Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan? Mas estes grandes compositores da atualidade, tiveram uma referencia para fazerem os trabalhos que marcam suas carreiras. No caso, estamos falando do maestro John Williams. Conhecido mundialmente por ter composto a trilha sonora musical da Ópera Espacial criada por George Lucas, “Star Wars”, e a saga do arqueólogo mais conhecido do cinema Indiana Jones.
Além de vibrante tema para o filme do Homem de Aço “Superman: O Filme (1978)”, o terno “Hedwig’s Theme” para o bruxo Harry Potter e o emotivo "Born in the 4th of July" para “Nascido em Quatro de Julho (1989)” de Oliver Stone. Sem contar a parceria de sucesso com o mago Steven Spielberg em filmes como “Tubarão (1975)”, “E.T.: O Extraterrestre (1982)” e “A Lista de Schindler (1993)”. Ganhador de cinco Oscars incluindo os dois últimos citados, três Emmys e 26 Grammys ao longo de seus 92 anos de idade. Assim temos o documentário “A Música de John Williams (Music by John Williams, 2024)”.
Dirigido por Laurent Bouzereau e produzido por Spielberg e Ron Howard. Este realizou “Um Sonho Distante (1995)” com trilha composta por Williams. Agora tem sua história contada nos mínimos detalhes. Filho de músicos, John tem o nome do pai, John Williams sênior. Incentivado por eles, tocou piano arduamente. Adotou o nome artístico Johnny Williams, quando passou a tocar jazz em clubes. Já mostrou todo seu talento e tocando em trilhas como “Carousel (1956)”, “Peter Gunn (1959)” e “O Sol É Para Todos (1962)” por exemplo. Pelo primeiro, conheceu a esposa e atriz Barbara Ruick, que atuou no filme.
Por isso, é convidado para compor a música para seriados televisivos como “Playhouse 90 (1959)” e “Perdidos no Espaço (1965)”. Ele e Barbara tiveram três filhos, se dividia entre o trabalho incessante e a vida familiar. Por sugestão de um amigo, assume seu nome para os créditos nos trabalhos. Já que Johnny parecia como um iniciante. Cansado de trabalhar na TV, passar a compor para o cinema. E o começo da ascensão é com o Oscar ganhado pela trilha do musical “Um Violinista no Telhado” em 1971. Além do começo de uma parceria que marcaria sua carreira e a de Steven Spielberg.
Um grande amante de trilhas como “Lawrence da Arábia (1962)” e colecionador de discos com trilha musical original. E em seu primeiro filme para cinema, “Louca Escapada (1974)”, queria alguém como John para fazer a música. Este ficou empolgado ao conhece-lo e o inicio de uma amizade que se fortaleceu ao longo dos anos. Aqui uma parte de arrepiar os pelinhos do corpo. Williams sentado no mesmo piano que apresentou o tenso tema composto para “Tubarão” à Steven. Os dois destacam as três notas que o compõem. E graças a Spielberg, George Lucas foi convencido a chamar John para compor a trilha que se tornaria icônica. De início, o maestro não sentiu muita firmeza no projeto.
Ao mesmo tempo, Lucas também sentiu que talvez Williams não aceitasse o convite. Em mais uma conversa com Steven, John aceita o trabalho. Apesar das mudanças constantes de George na edição final, ele conseguiu compor a trilha de “Uma Nova Esperança (1977)”. Em depoimento, o próprio diz que sem John, “Star Wars” não seria o sucesso que se tornou, marcando gerações até hoje. Completa que sua musica é o ingrediente secreto da saga. Isso é exemplificado com a delicada “Binary Sunset”. Em meio a isso, Williams estava trabalhando com Spielberg em “Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977)”, é avisado que Barbara teve uma morte súbita. Isso o abalou profundamente.
Que o deixou numa encruzilhada. Três filhos adolescentes para cuidar. Contou com o auxilio da mais velha, Jennifer. Passado este momento difícil, trouxe grandes trabalhos como as trilhas para “Superman: O Filme”, “A Fúria (1978)” de Brian De Palma e compondo para Spielberg em “E.T.: O Extraterrestre”, a franquia “Jurassic Park” e “A Lista de Schindler”. Mais uma vez, o arrepio com os dois próximos ao piano. Williams tocando o tema dos respectivos e último arrancando lagrimas de ambos e ao lado da esposa de Steven, a atriz Kate Capshaw.
Antes disso, Chris Columbus o chama para compor a música dos dois filmes da franquia “Esqueceram de Mim” e John comenta que se divertiu bastante ao fazer este trabalho. Posteriormente voltou a compor para Columbus em “Harry Potter & A Pedra Filosofal (2001)” e “Harry Potter & A Câmara Secreta (2002)”. Diz que é muito cansativo trabalhar em franquias. Mesmo assim, queria se manter para dar continuidade ao que compõe. Isso foi exemplificado com “Star Wars”, a última trilogia encerrada em 2019, e “Indiana Jones” com "A Relíquia de Destino" em 2023. E não esquecendo o convite para reger a Boston Pops Orquestra. Que rendeu uma boa história. O documentário faz uma reverencia ao legado do Maestro, como um dos maiores da sua geração e de todos os tempos.
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