No ultimo final de semana do mês de setembro, tivemos a pequena turnê do guitar hero Eric Clapton em solo tupiniquim. Os shows foram muito elogiados para quem pode ver e ouvir. Este que vos escreve se viu impossibilitado de ir devido aos preços absurdos cobrados. Aproveitando o momento, o eterno “Slowhand” lançou o álbum “Meanwhile (2024)”. Seu primeiro trabalho autoral em oito anos, desde “Still I Do (2016)”. Em meio a isso, tivemos o natalino “Happy Xmas” em 2018.
Além de revisar seu vasto catalogo com edições especiais do disco ao vivo “24 Nights (1991)” e “Lady in the Balcony (2021)”, gravado durante a pandemia da Covid19. E preparando novo material nos intervalos das suas últimas turnês, quando a situação foi melhor controlada mundialmente. "Meanwhile" conta com as participações especiais de Van Morrison, Bradley Walker, Judith Hill, o produtor Simon Climie, o saudoso Jeff Beck e o guitarrista brasileiro Daniel Santiago. Que tocou com Clapton nos shows por aqui.
As quatorze canções que compõem “Meanwhile” é um reflexo da sonoridade adotada por Clapton nos últimos anos. Equilibrando pop rock, r’n’b, uma pitada de jazz e soul, e o blues que fez sua fama nos anos 60. Quando tocou com John Mayall’s Bluesbreakers e ratificado com o powertrio Cream. A faixa que abre os trabalhos é uma síntese disso, “Pompous Fool”. Seguida da balada acústica “Heart of a Soul”, que traz na memoria o “Unplugged MTV” gravado em 1993.
Dai temos a clássica “Moon River” de Henri Mancini, imortalizada na voz de Audrey Hepburn em “Bonequinha de Luxo (1961)”. Aqui Eric fica apenas na guitarra base e na voz e deixar o solo para o imortal Jeff Beck. Sendo uma das suas últimas gravações em vida. Já que veio falecer em 10 de janeiro de 2023. Pura nostalgia. Já “Sam Hall” traz um ar regional. Lembrando canções no interior inglês. “Smile” é a sua versão da canção imortalizada por Charles Chaplin.
Somada a regravação do clássica do rei do rock Elvis Presley, “Always on my Mind”. Aqui ganha uma roupagem musical mais voltada para a country music. Isso se deve a presença de Bradley Walker. Uma homenagem ao countryman Willie Nelson. O primeiro single “One Woman”, puro reggae ao seu estilo. “The Rebels” é a retomada da parceria com o cantor Van Morrison. Eles trabalharam juntos no projeto “Slowhand & Van” em 2021. Puro blues rock. “The Call” surge como um blues a ser ouvido, degustando um Jack Daniels.
“How Could I Know” tem as participações de Judith Hill, Simon Climie e Daniel Santiago, uma balada r’n’b com ares gospel. Com a primeira soltando todo seu vozeirão. Morrison volta em “This Has Gotta Stop” e “Stand and Deliver”. O primeiro é um jazz rock e a segunda é um pungente rock acústico. Fechando os trabalhos temos “You’ve Changed” e “Misfortune”. Que exibem o amadurecimento de Clapton aos 79 anos em letras muito pessoais. Além de sua maestria nas seis cordas da sua guitarra. Seja Fender, seja Gibson.
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