Deixando o lado olímpico um pouco de lado, vamos discutir sobre o mundo da música. Mais especificamente o novo trabalho dos veteranos Deep Purple, “=1 (2024)”. O primeiro álbum desde a saída em 2022 do guitar hero virtuose Steve Morse, para cuidar da mulher Janine. Ela foi diagnosticada com câncer e veio a falecer em fevereiro de 2024. Seu substituto, o jovem Simon McBride, vem causa boa impressão nos fãs de longa data do DP. Nos shows ao vivo que realizou ao lado de seus velhacos parceiros de banda: O silver tongue Ian Gillan e o simpático Roger Glover no contrabaixo têm 78 anos cada, o tecladista boa praça Don Airey e o excepcional bateria Ian Paice com 76 anos cada.
Este possui um dado interessante, é o único integrante original do DP, desde sua formação. McBride é obvio, o mais novo com 45 anos. Ele já diz a que veio na pulsante “Show Me”, abrindo os trabalhos. Seguindo com “A Bit on the Side” e Sharp Shooter” que trazem a boa e velha nostalgia. Retomando a sonoridade dos anos 80, quando mostravam uma pegada hard rock. Em especial “Perfect Strangers (1984)”. Deixando um pouco de lado, o virtuosismo de Richie Blackmore e Morse. Enquanto “Portable Door”, faz referência ao icônico tecladista Jon Lord (09.06.1941 – 16.06.2012). Don Airey dedilha seu órgão como se fosse ele. Puro hard rock anos 70 com solo inspirado de Don e Simon.
“Old -Fangled Thing” sentimos a mesma pegada, a sintonia de Airey e McBride beira a perfeição. A guitarra e o órgão em total sincronia. “If I Were You” é o momento balada do disco, com direito a um lindo solo de Simon. “Pictures of You” puro deleite musical. Já “I’m Saying Nothing”, um blues rock sujo. “Lady Sod” é uma viagem no tempo aos anos 70, para muitos a melhor fase do grupo. O mesmo pode ser dito de “Now You’re Talkin’”, com Gillan arriscando uns falsetes na voz. “No Money to Burn” e “I’ll Catch You”, hard rock padrões.
O final é com a progressiva “Bleeding Obvious”, que exibe a cumplicidade desta nova formação. Agora chamada de “Mark IX”, com Simon se mostrando a escolha certa para o lugar de Steve. Ele dedilha sua guitarra com simplicidade que lhe garante uma riqueza nos riffs, como há muito tempo não se ouvia no DP. Somado a solos marcantes e uma base harmônica que revigoram a sonoridade do grupo. Bem como de seus companheiros vindos de três grandes álbuns ao lado de Morse, "Now What (2013)", "Infinite (2017)" e "Whoosh! (2020)". Um ótimo aperitivo para o show na edição brasileira do Rock in Rio deste ano.
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