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O Documentário "LET THE CANARY SING" sobre a inquieta Cyndi Lauper

Teve inicio no dia dos namorados (12 de junho de 2024), a 16ª Edição do “In-Edit Brasil”, festival internacional do documentário musical. A maratona vai até 23 de junho e conta com mais de 60 titulos dos mais diversos países. Desde “Nas Ondas de Dorival Caymmi (2023)” e “Eu Sou O Samba, Mas Pode Me Chamar de Zé Ketti (2024)” passando por “Devo (2024)” sobre o mítico grupo pós-punk, “In Restless Dream: The Music of Paul Simon (2023)” e “Let The Canary Sing (2023)” sobre a cantora Cyndi Lauper. Para maiores informações no site oficial do evento: https://br.in-edit.org/


Vamos comentar o documentário sobre a vida e a obra de Lauper, “Let The Canary Sing”. Dirigido por Alison Ellwood, ela nos traz a origem humilde da cantora ao lado da mãe Catrine recém-divorciada e os irmãos Ellen e Fred. De origem italiana, ela comenta que vivia feliz em sua comunidade no Queens (Nova York) e que a mãe foi sua maior referencia como cantora. Comenta que tinha uma voz maravilhosa e por isso ganhou uma bolsa de estudos quando era jovem. Seu avô não a deixou aproveita-la e isso a impactou na época. 

Por isso, quando eram pequenos, Cyndi relembra que ela os levava para passear em museus e frequentar o teatro. Isso acendeu sua chama artística e também impacta ao frequentar as missas de domingo. Ao ver o padre da sua igreja, se impressionou com sua vestimenta. As botas pretas, a calça escura por baixo do manto sacro e a lapela branca ao redor do seu pescoço. Após uma conversa atravessada com o mesmo, ela resolveu dar uma guinada na sua vida. Ela e Ellen são impactadas com o surgimento do rock’n’roll com o então jovem Elvis Presley. E mais tarde com o primeiro show dos Beatles no Ed Sullivan Show em 1964.

Onde as duas dublavam John e Paul. Cyndi diz que a irmã era sempre o Paul e ela lhe cabia John. É sentida certa animosidade na sua fala, já Ellen apenas ri a respeito. Posteriormente o inicio da carreira musical, como cantora em bandas cover e seu primeiro revés. Demonstra sua insatisfação na função e após ir ao medico, descobre que suas cordas vocais estão bem machucadas. O diagnostico não é bom, mesmo assim ela resolve parar um ano para se recuperar. Ao mesmo tempo, recebe orientações de uma professora especializada em técnicas de voz. 

Retomando suas atividades e trabalhando como garçonete, conhece o saxofonista John Turi. Juntos formam a banda Blue Angel.  Apesar do sucesso obtido, o grupo não segue a frente e a pressão em Cyndi para assumir a carreira solo. Ela deixa bem claro que prefere seguir com eles, mas muito viam que seu talento estava muito acima dos Blue Angels. Ao mesmo tempo, conhece David Wolff, que se torna seu empresário. Mais tarde, assumem o namoro. Os problemas financeiros sempre fizeram parte da vida dela. Perseverou e lhe foi sugerido à canção que marcaria sua carreira, “Girls Just Want to Have Fun”. 

Composta por Robert Hazzard em 1979, ela vinha um cunho machista em sua letra. Isso a incomodou demais. A imagem da mulher já era relacionada à prostituição e Lauper resolveu mudar seu teor. Para algo mais positivo e empoderamento feminino. Lançado como primeiro single da sua estreia como artista solo, “She’s So Unusual (1983)”. Não atinge o sucesso que se imaginava e a gravadora resolveu apostar suas fichas na balada “Time After Time”. 

Contrariada, Cyndi juntamente com a ideia concebida por David, resolve promover luta livre contra campeões do gênero. Por mais estranha que ela fosse, deu certo. O single “Girls” deslancha, se tornou seu primeiro sucesso e ratificado com “Time After Time”. Sua ascensão foi meteórica e comprovada com os Grammy de Melhor Álbum do Ano, Gravação do Ano e Revelação do Ano. O segundo álbum “True Colours (1986)” a mantem em evidencia. As coisas começam a mudar com “A Night to Remember (1989)”, que vendeu abaixo do esperado e o fracasso da sua primeira aventura no cinema, a comedia de humor negro “Vibes (1988)”. Somado ao fim do relacionamento com Wolff.

Mesmo assim, ela manteve o pique, focou nos direitos iguais entre homens e mulheres. Além de se tornar um símbolo de luta para o movimento LGBTQIA+. A própria diz que o sucesso é um incomodo e que na verdade, atingiu seu objetivo. Ser reconhecida como cantora, já que compõe material próprio e cria seu inusitado visual de modo intuitivo. Como bem vimos nos anos 80 e voltando a ficar em evidencia em 2012, quando compôs a trilha do musical “Kinky Boots”. Pelo qual ganhou o Tony (o Oscar do mundo teatral) pela trilha musical composta. Em breve, a veremos ao vivo e a cores na edição deste ano do festival Rock in Rio Brasil em 20 de setembro. Que fará parte da sua turnê de despedida dos palcos. 


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