A cultura nos anos 60 ajudou a forjar o que temos nos dias de hoje. Marcando gerações e se adaptando aos novos tempos. Tivemos grandes ícones como o escritor beatnik Allen Grinsberg, o artista Andy Warhol e o mítico Bob Dylan. Entre eles, a cantora Joan Baez. Ela ficou conhecida mundialmente pelo seu cancioneiro voltado para a folk music e a luta pela paz mundial. Além de ter tido um breve relacionamento com Dylan, este no começo de sua carreira. Muitos falam que ele se aproveitou da sua influência no meio musical para se tornar a lenda que conhecemos. Fora que Joan também deixou um rico legado musical. Como todo ícone teve seus altos e baixos na carreira, bem como na sua vida pessoal. Este é o tema do documentário “Joan Baez: I Am A Noise (2023)”.
Que faz parte da programação do festival In-Edit 2024. Realizado por Miri Navaski, Karen O’Connor & Maeve O’Boyle, elas traçam um retrato bem detalhada sobre a vida de Joan dentro e fora dos palcos. Na época das filmagens, ela estava com 78 anos e pensando sobre sua aposentadoria da vida artística. O trio acompanha Joan em sua turnê de despedida. Desde a preparação em sua casa até o ultimo show em 28 de julho de 2019 no Teatro Real em Madrid (Espanha). Mesclando imagens de época com atuais, Joan relembra a própria historia com uma honestidade pouco vista por artistas como ela. Um bom exemplo é quando se repreende por ter ficado um mês sem tocar seu violão.
Porque estava se preparando para fazer sua ultima excursão. Relembrando da “linda” mãe Joan e o pai acadêmico Albert, nas suas palavras, com muito carinho. E a surpresa deles ao seguir a carreira musical. Mesmo assim, não houve problemas e eles apoiaram sua decisão. O convívio com as irmãs Pauline e Mimi. Ela era a do meio. De acordo com Joan, havia uma certa rivalidade com Mimi. Formou uma dupla folk com o musico Richard Farina. Já Pauline se distanciou. Ao mesmo tempo, o inicio de carreira como cantora folk que se destacava pela sua voz potente e carisma, ao final dos anos 50. E o inicio dos 60, se encontra com um jovem promissor chamado Robert Zimmerman, mais popularmente conhecido como Bob Dylan. Este se mostra um jovem talentoso musico e com uma poesia afiada cheia de conteúdo politico e social e isso chama atenção de Joan.
Ela conta que os dois se entenderam imediatamente. Onde engataram um relacionamento. Para muitos, um namoro que forja o nome de Dylan no mundo da musica e como ele se tornou a lenda da atualidade. Muito sincera, ela acaba confirmando o que era apenas um rumor. Que Bob se aproveitou do momento quando estavam juntos, para ganhar fama. E traz na memoria, uma história quando o acompanhou na turnê em Londres. A organização e as pessoas que estava com eles, estranhavam sua presença. Distante de Bob e de todos. Diz também que sentiu a dor do fim da relação e comenta que ainda sente algo por ele. Pedindo desculpa por isso. Durante a última turnê "Fare Thee Well", ela se sente feliz por reatar com o filho Gabriel.
Que a ajudou na organização e tocou bateria nas apresentações. Eles estavam brigados por causa do ativismo politico da mãe. Ela relata isso com amargor e se culpa por manter suas convicções politicas acima da sua posição como mãe. Ela o teve com o pacifista e politico David Harris, foi seu relacionamento mais duradouro. Somado ao melhor momento da sua carreira, aqui dois bons contos. A capa do seu álbum “Blown Away (1977)”, que considera a pior capa da sua discografia e de todas que já foram feitos até então. E o vicio em quaaludes para poder cumprir a agenda de shows, ascender sua criatividade e a luta pela paz mundial.
Em “I Am A Noise”, traz um retrato como Joan lidou com a fama e a fortuna. Que lhe trouxe a desejada estabilidade financeira ao exibir uma saúde invejável aos 80 anos de idade. Juntamente a influencia de Martin Luther King no mítico discurso “Eu tive um sonho” em seu ativismo político-social. Já que foi uma das testemunhas no Lincoln Memorial (Washington DC, EUA) em 24 de agosto de 1963. Ao mesmo tempo, lhe tirou o convívio familiar e deixando bem claro que ela não é boa na relação a dois. Ela comenta: “Não sou muito boa em relacionamentos um-a-um, sou boa em relacionamentos um-a-dois mil”.
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