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O Guitar Hero SLASH como Bluesman, "ORGY OF THE DAMNED"

A canção “The Blues Had A Baby And They Named It Rock’n’Roll” do bluesman Muddy Waters, faz jus ao seu título. Graças a ele e outros mestres do gênero como Elmore James, Willie Dixon, BB King e para muitos o maior de todos, Robert Johnson. Influenciaram o jovem Elvis Presley a ser a lenda que conhecemos e logo em seguida os Rolling Stones, o Led Zeppelin, The Jeff Beck Group, o power trio Cream de Eric Clapton e o mito Jimi Hendrix.  Toda uma geração de guitar heroes surgiu. Desde David Gilmour, Tony Iommi, Brian May, Eddie Van Halen, Stevie Ray Vaughan, Prince e Slash, passando por Gary Clark Jr. e John Mayer.

Com isso dito, o homem de longos cabelos encaracolados que usa uma cartola presta um tributo ao mestres do blues em “Orgy of the Damned (2024)”. Você já percebeu que estamos falando de Slash. Enquanto o Guns N’Roses está em pausa, Saul Hudson vem excursionando com Myles Kennedy and the Conspirators. Que incluiu passagem em nossa terra brasilis em janeiro deste ano. Em meio à agenda cheia, ele gravou as doze canções que compõem o álbum. E ainda conseguiu chamar seus amigos para darem suas vozes nelas. Entre eles, o carismático vocalista do AC/DC Brian Johnson em “Killing Floor” de Howlin’ Wolf com direito ao King of Screaming Steven Tyler tocando gaita. O country man Chris Stapleton em “Oh Well” do Fleetwood Mac de Peter Green e a nova geração do blues representada por Gary Clark Jr. em “Crossroads”.

Abrindo os trabalhos temos “The Pusher” do Steppenwolf, composta por Wayne Hoyt Axton, com a voz rasgante de Chris Robinson do Black Crowes. Um blues rock poderoso. A clássica “Crossroads”, de Robert Johnson, tem Gary Clark Jr.. Um duelo de guitarras a vista. De início, Slash tinha a ideia de toca-la em seu formato original, voz e violão. Com base na versão do Cream, se tornou um blues acelerado. Já “Hoochie Coochie Man (Willie Dixon)” temos Billy Gibbons, um blues na sua mais pura essência. Destaque para Les Stroud na harmônica.

Oh Well” é um blues encorpado com Stapleton na guitarra, ganhando ares country. “Key to the Highway (Freddie King)”, a cantora Dorothy nos faz sentir numa casa noturna em Nova Orleans. O iguana Iggy Pop se faz presente em “Awfun Dream (Lightin’ Hopkins)”. É um blues sujo, como se estivéssemos nos pântanos do Mississipi. Realizando um velho desejo de Iggy, nas palavras de Johnny Griparic, que toca contrabaixo no álbum. Completam a banda que acompanha Slash, o batera Michael Jerome, Tash Neal na guitarra e backing vocais e o parceiro musical de longa data, o tecladista Teddy Andrealis.  

Born Under A Bad Sign” de Albert King, nos traz a voz aveludada de Paul Rodgers. O veterano cantor, que fez parte do Free e Bad Company, exibe porque é um dos melhores cantores de blues e do rock da sua geração. O R’n’B se faz presente com “Papa Was A Rolling Stone” dos Temptations. Ganhando a voz de Demi Lovato, em sua nova empreitada musical. Saindo da sonoridade pop dos tempos Camp Rock Disney para uma postura mais rock’n’roll. Como bem vimos na primeira edição do The Town 2023, ocorrida em São Paulo. Literalmente solta a voz. Em “Killing Floor” traz uma faceta pouco vista de Johnson. Cheia de suingue e o riff cortante de Slash com a gaita de Tyler pontuando. 

Em “Living for the City” de Stevie Wonder, com Tash a entoando como um soulman. “Stormy Monday” de T-Bone Walker foi eternizada pela voz da rainha do blues Etta James. A pessoa certa para canta-la é Beth Hart. Sua voz marcante relembra a potencia do blues. Em especial na voz de uma mulher. Com direito a solo inspiradíssimo de SlashFechando os trabalhos temos a instrumental “Metal Chesnut”. A única inédita composta especialmente para “Orgy of the Damned”. Ela traz a maestria de Saul nas seis cordas da sua guitarra Gibson. O resultado final é positivo, onde temos uma faceta musical pouco ouvida do próprio. Isso é exemplificado nos shows ao vivo. Seja com o Guns ou com Conspirators, em seu momento como solista. Alem da blues jam, nos traz o emocionante tema musical de “O Poderoso Chefão” de Francis Ford Coppola, composto por Nino Rota.

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