Adoniran Barbosa foi um dos grandes sambistas da nossa terra brasilis. Em especial pela cidade de São Paulo, suas letras retratavam o cotidiano da época e as pessoas fizeram parte da sua vida. Seja real ou ficção. Canções como a icônica que dá titulo a película, “Trem das Onze”, “Joga A Chave” e “Samba do Arnesto” são à base da história para Pedro Serrano, diretor da empreitada, nos trazer “Saudosa Maloca”. Não é exatamente uma cinebiografia de Adoniran e sim como sua vida e obra estão entrelaçadas. Aqui ele é feito pelo titã Paulo Miklos. Este com boa experiência como ator em filmes como “O Invasor (2001)” e “O Homem Cordial (2019)”. Juntamente com Gustavo Machado e Gero Camilo, como os melhores amigos de Adoniran, Joca e Mato Grosso respectivamente.
Acompanhamos o cotidiano deles na comunidade em que vivem. A dita maloca está prestes a dar lugar a um empreendimento imobiliário do corretor Pereira (Paulo Tiefenthaler). Entre um samba e outro, eles passam seu dia sem fazer nada. Jogando dominó e conversando sobre o que fizeram. Isso é retratado nas canções acima citadas. Não se sabe se Joca e Mato Grosso realmente existiram. Mas que fizeram parte do imaginário de Adoniran. Assim como a dona do bar que frequentam, Iracema (Leilah Moreno). Ela que sair de lá para se tornar designer de moda. Retratada na canção de mesmo nome.
Como fio condutor, o jovem Cícero (Sidney Santiago) que trabalha no bar que um envelhecido Adoniran frequenta. Os dois iniciam uma amizade e ele começa a entender com o veterano sambista se tornou a lenda que conhecemos. Da o mote para “Saudosa Maloca”. Serrano havia realizado o curta “Dá Licença Para Contar” em 2015, já com Miklos como Adoniran, e o documentário “Adoniran: Meu Nome é João Rubinato” em 2018, e nos traz como o sambista viveu na terra da garoa. E como a cidade o inspirou a compor. Em uma linha do tempo que transita entre 1930 e 1960, acompanhamos a jornada de Adoniran.
Como o progresso atingiu sua vida, já que na maloca em que vivia caiu por terra literalmente. Além das casas no seu entorno, como o boêmio bairro do Bixiga, deram lugar a prédios. Incluindo o centro histórico de São Paulo. É também uma viagem no tempo e prestando uma homenagem ao bairro central da cidade. Que nos dias de hoje, perdeu seu espaço cultural, devido à criminalidade e ao pouco interesse do governo local em preserva-lo. E que por pouco enterrou a relevância musical de Adoniran no samba como um todo.
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