Antes do cineasta franco-canadense Denis Villeneuve nos traz sua versão para o clássico da ficção cientifica “Duna” de Frank Herbert em 2021, tivemos em 1984 o cultuado David Lynch nos brindar sua visão sobre o conto. Para saber mais sobre o primoroso trabalho de Denis em “Duna”, leia o link: https://cyroay72.blogspot.com/2021/10/duna-2021-por-denis-villeneuve.html. Voltando a Lynch, ele sempre demonstrou seu descontentamento com a Universal Studios, que cortou sua versão final e original com mais de quatro horas de duração, para duas horas e meia. O próprio filmou material suficiente para detalhar a obra de Herbert, porem foi advertido que isso não seria possível. O orçamento já estava estourado e a produção passou por vários problemas. Como a locação de um estúdio no México, próximo a um deserto. Para assim, simular o planeta Arrakis. Onde era produzida a “Especiaria”.
Custando caro à Lynch e equipe. Problemas elétricos como panes constantes, rede telefônica precária, o adoecimento dos trabalhadores ate infestações de insetos nos sets de filmagens. Apesar de tudo, David seguiu com grande elenco formado por Kyle MacLachlan como Paul Atreides (mundialmente conhecido como o detetive Dale Cooper da série “Twin Peaks (1990 a 1991)” criada por Lynch e Mark Frost); Patrick Stewart (que mais tarde se tornou o Capitão Picard de “Star Trek: The Next Generation, 1987 a 1994”) faz Gurney Halleck; Sean Young (a replicante Rachel de “Blade Runner: O Caçador de Andróides, 1982”) é Chani e veteranos como Richard Jordan fazendo Duncan Idaho; Jürgen Prochrow é o pai de Paul, o duque Leto Atreides; Francesca Annis é sua mãe, Jessica; Everett McGill como Stillgar e José Ferrer faz o imperador Shaddam IV.
O clã Harkonnen é representado por Kenneth McMillan como o implacável Barão, Paul L. Smith é Rabban e Sting como o antagonista de Paul, Feyd-Rautha. Sim, você leu direito, este último é o vocalista do power trio The Police. Com a popularidade do grupo, mr. Sumner arriscou uma carreira cinematográfica. Sem o mesmo sucesso na música, ele acabou conhecido pela atuação canastrona e a cena que surge com uma espécie de sunga. Mesmo assim, Lynch consegue trazer o que imaginou para “Duna”. Seu olhar apurado e estilo único. A deslumbrante cenografia de Pier Luigi Basile, o vistoso figurino criado por Bob Ringwood, a fotografia de Freddie Francis nos tons pastéis do planeta deserto Arrakis e as sombras quando estamos em Gideon Prime, domínio dos Harkonnen.
Um dos destaques da película é a trilha sonora musical composta pelo grupo Toto pontuando a jornada de Paul para ser o Escolhido que unirá o universo conhecido. Você vai se recordar que o Weezer de Rivers Cuomo regravou seu maior “Africa”. O tema principal “The Prophecy Theme” foi escrito por Brian Eno, tecladista da banda glam rock Roxy Music nos anos 70 e mais conhecido como produtor dos álbuns “The Unforgettable Fire (1984)”, “The Joshua Tree (1987)” e “Achtung Baby (1991)” do maior grupo dos anos 80, U2.
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