Hayao Miyazaki é conhecido mundialmente pelas animações “A Viagem de Chihiro (2001)”, pela qual levou para casa a estatueta do Oscar como Melhor Animação daquele ano, “Ponyo: Uma Amizade Que Veio do Mar (2008)” e “Vidas ao Vento (2013)”, que refletem sua vida na terra do sol nascente, o Japão. Após este ultimo, chegou anunciar sua aposentadoria. Porem ele resolveu voltar a ativa com “O Menino & A Garça (Kimitachi wa dô ikiru ka, 2023)”. Aqui ele nos traz o conto sobre o menino Mahito que perdeu sua mãe Hisako num incêndio no hospital na capital japonesa, Tóquio. Seu pai Shoichi trabalha em uma fabrica que produz armamento para aviões militares.
Depois da guerra, ele vai se casar com a irmã de sua finada mãe, Natsuko. Eles se mudam para a morada dela, no interior do Japão. Mahito percebe certa semelhança entre sua mãe e Natsuko. Ela está esperando seu meio-irmão e ainda vive o luto pela morte da mãe. Tem sonhos recorrentes do incêndio, já que tentou salva-la. Sente que há algo diferente no local e a presença de uma garça que surge na janela do seu quarto. E nos passeios pela floresta, ela vem no seu encalço. As senhoras que cuidam da casa, lhe diz que ela esconde segredos. Em especial, uma torre abandonada. Aguçando sua curiosidade, Mahito se dirige até lá e acompanhando pela ave. Ele também está à procura de sua futura madrasta, que foi até floresta e dada como desaparecida. Descobre mais do que imagina e por quem menos esperava. A ave lhe diz que precisar entrar na torre para resgatar Natsuko. E ao mesmo tempo, lhe promete reencontrar sua mãe.
Daí o mote inicial de “O Menino & A Garça”. Como é de praxe, a animação tem o fator autobiográfico na história. No caso, a infância de Miyazaki. Representada por Mahito e adicionando elementos da mitologia japonesa. Onde o real e o fantástico se mesclam perfeitamente. Sem deixar de mencionar a beleza das imagens proporcionadas pelo cineasta. Um conto sobre viver o luto e aprender a supera-lo, um sinal de amadurecimento. A jornada de Mahrito está começando, pois vive as memorias de um passado que não quer esquecer. Um sentimento de culpa por não ter feito mais para salvar a mãe. Enxergando em Natsuko, um meio de achar sua redenção e o fim da dor pela perda de quem amou mais que a si mesmo.
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