A britânica Emerald Fennell surgida como atriz em produções como “Albert Nobbs (2011)”, “A Garota Dinamarquesa (2015)”, e foi Camila Parker Bowles na serie Netflix “The Crown”. Ganhou destaque com showrunner na serie “The Killing Eve” e na sua estreia como diretora no thriller “Bela Vingança” em 2019. Onde inclusive ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original daquele ano e foi a primeira britânica a ser indicada como Melhor Diretor pela Academia. Por isso, seu próximo projeto era muito esperado. Dai surge o drama com toques de thriller psicológico “Saltburn (2023)”. Fennell nos traz o jovem Oliver Quick, feito por Barry Keoghan, recém-ingressado a universidade de Oxford em 2006.
Sua origem humilde se contrasta com a de seus colegas, sendo mais afortunados do que ele. Como o jovem Felix Catton, interpretado por Jacob Elordi (o Nate Jacobs da impactante serie “Euphoria” desde 2019), Felix se encanta pelo seu estilo de vida e o acompanha a distância até que o destino os coloca no mesmo caminho. Felix está atrasado para a aula e sua bicicleta está com o pneu furado. Oliver enxerga uma oportunidade para se aproximar e oferece a sua para ajuda-lo. Felix agradece e, mais tarde se encontram novamente, o convida para tomar uma cerveja no pub local. Assim surge a amizade deles e um forte vinculo. Onde um se torna o confidente do outro. Em especial, quando falam sobre suas famílias.
Felix comenta que seu primo Farleigh Start (Archie Madekwe, “Grand Turismo: De Jogador a Corredor, 2019”) estuda em Oxford, porque seu pai, sir James Catton (Richard E. Grant, o General Pryde de “Star Wars: A Ascensão Skywalker, 2019”), se sente responsável por ele. Já que sua mãe tem problemas financeiros. Oliver diz que seus pais são viciados em drogas e o pai é traficante. Durante as provas finais, ele morreu de overdose. Felix fica comovido e o convida para passar as férias na casa dele em Salturn. A propriedade da família no interior da Inglaterra. Chegando lá conhece sir James; sua esposa Lady Elspeth (Rosamund Pike da serie Prime Video “A Roda do Tempo”, desde 2021); Venetia, a irmã de Felix (Alison Oliver) e revendo Farleigh. Oliver sente o choque de realidade, o estilo suntuoso dos Catton difere totalmente do que é sua realidade diária.
Além de fortalecer o vinculo com Felix, Oliver aos poucos vai se infiltrando no dia a dia de seus anfitriões. Em especial Elspeth, bastante comovida com que o filho disse sobre a vida de seu amigo. E iniciando uma relação com Venetia. À distância Farleigh o vigia. Já que ele se sente ameaçado com sua presença. Oliver percebe que pode se beneficiar com a situação dentro da propriedade. Já que se encantou a forma de vida dos Catton e não deseja perder isso. Sendo o mote inicial de “Saltburn”. Escrito e dirigido por Fennell, nos oferece uma trama onde as aparências enganam. Keoghan exibe todo o mistério envolto em seu personagem e no decorrer da película, quais são suas verdadeiras intenções dentro do clã Catton. Ele e Elordi formam uma boa parceria.
Com o segundo, exibindo total glamour pelo seu status. Como o garoto mais popular de Oxford e certa inocência ao se comover com a história trágica de Oliver. Ao lado de Alison e Archie nos trazendo os jovens como eles, vivem com certa ostentação e estão em outra realidade. Esquecendo a que está ao seu redor. Algo que vemos atualmente, uma sociedade à parte. Pessoas mais privilegiadas do que este que vos escreve e outras que lutam para viverem dignamente. “Saltburn” tem chamado atenção por suas cenas de forte teor sexual. Como a falada cena na banheira, onde Oliver vê Felix se masturbando dentro dela. Após o ato, ao esvaziar a agua contida nela, com Oliver literalmente sugando o que restou.
Para bom entendedor, a mensagem foi captada. Além da transa com Venetia, que está menstruada. Oliver pega o sangue e passando em si. Já Pike exibe todo o estilo bom vivant dos Catton. Vivendo no próprio mundo dentro dos muros de Salturn. No passado foi modelo e contando história de sexo, drogas e rock’n’roll. Diz que a canção “Common People” do Pulp foi baseada nela. Desmente o fato e não conheceu o vocalista do grupo Jarvis Cocker. E que estava na Grécia na época. Fennell nos traz um retrato que a diferença entre as classes sociais é mais presente e forte nos dias de hoje, do que aparenta. Quem tem posses não quer perde-las e se sentem ameaçadas quando uma pessoa com menos privilégios tenta entrar no “seu mundo”. Já as pessoas que conseguem entrar, fazem de tudo para se manter dentro dele. Exemplificado no ato final, com Oliver dançando nu ao som de “Murder on Dance Floor” de Sophie Ellis-Bextor.
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