Em meio ao lançamento de “Napoleão”, vamos relembrar outro trabalho de Ridley Scott no mesmo formato, o épico “O Último Duelo (The Last Duel, 2021)”. Baseado no livro de mesmo titulo escrito por Eric Jager e adaptado por Nicole Holofcener e os amigos de longa data Matt Damon & Ben Affleck. Os dois também estrelam o filme ao lado do Kylo Ren da saga Star Wars Adam Driver e a bela Jodie Comer (da série “Killing Eve, 2018 a 2022”). A última é a nobre Marguerite, acusa Jacques LeGris (Driver) de invadir seu castelo e estupra-la. Com o sentimento de justiça dentro de si, informa seu marido Jean de Carrouges (Damon) sobre o ocorrido. Ele é um cavaleiro da Normandia, norte da França, que estava voltando de uma missão. DETALHE: Jean e Jacques são próximos. Antes foi seu escudeiro nas guerras e que depois ascendeu socialmente.
Caindo
nas graças do conde Pierre d’Alençon (Affleck),
primo do rei da França, que administra o condado e Jacques cuida da parte
financeira. Isto é, cobrando da nobreza local suas dividas com o conde. Este se
encontra falido e precisa de Jacques para se reestabelecer financeiramente. Estamos
na França do século XIV, uma época que a mulher não tinha o espaço que tem nos
dias de hoje. Sendo vistas apenas como esposas e genitoras dos filhos de seus
maridos. Junto a isso, Jean acreditando que receberá sua recompensa após anos
de batalha em nome do rei francês. O dote de Marguerite, uma terra farta em
riquezas naturais do condado. Só que para quitar as dividas do pai dela, d’Alençon
tomou-as para si. Para mais tarde, para passar grande parte delas para Jacques.
A rixa
está estabelecida. Fazendo com que Jean o desafia para um duelo mortal. O ultimo
registrado legalmente em território francês. Ao mesmo tempo, Marguerite precisa
provar a verdade dos fatos. Se Jean vencer, tudo será comprovado e Jacques pagará
por seus atos. Caso perca, ela sofrerá suas consequências. A trama foi dividida
em três atos: “A Verdade Segundo sir
Carrouges”, “A Verdade Segundo LeGris”
e “A Verdade de acordo com Marguerite De
Carrouges”. Assim o épico ganha novos contornos de drama e suspense. Já que
cada um tem seu ponto de vista destacado sobre os fatos. Damon está ótimo como o marido indignado que teve sua honra
manchada e a perda de seu status social. Já Driver, perfeito como uma pessoa manipuladora e implacável contra
seus inimigos.
O destaque
fica para Jodie. Ao contrario da sarcástica
Villanelle de “Killing Eve”, ela
exibe uma fragilidade em cena ao lado de Matt.
Mas depois foi atacada, mostra uma determinação e força de vontade para ser relevante,
em não deixar para trás o que sofreu. Scott
aproveita para deixar o conto mais verossímil com o relato do trio principal. Deixando
o espectador com a visão dos três sobre o ocorrido. Um mundo machista, onde a
mulher tem seu espaço reduzido. E as poucas vozes que tentavam se fazer
presentes, eram silenciadas. Apenas vistas como objetos. O personagem de Affeck deixa isso bem claro. Desta vez,
o jeito canastrão teve sua serventia. “O Último Duelo” é baseado no fato verídico
ocorrido no século XIV.
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