Em 2007, a sétima arte de nosso país tupiniquim foi surpreendido por uma película que trouxe um gênero pouco visto por aqui. Um filme de ação que mescla perfeitamente suspense, drama e aquela pitada social que bem conhecemos. Já bem vista no aclamado “Cidade de Deus”. No caso estamos falando de “Tropa de Elite: Missão Dada é Missão Cumprida”. Escrito e dirigido por José Padilha, ele nos traz o conto sobre o capitão do BOPE (Batalhão de Operações Especiais) do Rio de Janeiro, Roberto Nascimento. Interpretado por Wagner Moura, acompanhamos seu dia a dia. Em especial, quando seu batalhão é incumbido para proteger o Papa em breve visita à Cidade Maravilha. Já que ele pediu para se hospedar na Favela do Turano. Um frágil acordo com o comando da favela e o governo carioca garante a paz local.
Em meio a isso, Nascimento busca um substituto para seu posto. Já pretende assumir um cargo administrativo, sua esposa Rosane (Maria Ribeiro) está grávida. Ele pretende cuidar da família mais de perto. Pois fica muito tempo fora do convívio, devido suas missões. A tensão crescente na cidade e a situação de guerra nas favelas só pioram isso. Ele é conhecido pela sua índole incorruptível e liderança no comando. Assim ele parte para acompanhar o duro treinamento para ser um membro do BOPE. Lá são vistos futuros oficiais honestos e corruptos. Entre eles os amigos de infância André Mathias (André Ramiro) e Neto (Caio Junqueira), e ao lado deles, Fábio (Milhem Cortaz).
Este é conhecido por maus atos em seu batalhão. Nascimento enxerga potencial em Neto e vislumbra que seja possível ter achado seu substituto. Isso muda quando numa ação no Morro do Turano, os cadetes são chamados para intervirem num confronto entre a milícia e os traficantes. Já que estes brigam pelo controle do morro. Além de apreenderem entorpecentes. Infelizmente Nascimento percebe que Neto só está entrando para o BOPE pela adrenalina do momento. Vendo seu trabalho como uma diversão pessoal. Enquanto isso, André tenta equilibrar os estudos na faculdade com a vida policial. Compreendendo que seus colegas possuem uma visão distorcida dos seus semelhantes. Só enxergando a corrupção policial, preferindo se envolverem com trafico para conseguirem um baseado e curtirem o momento. Assim temos o mote de “Tropa de Elite”.
Baseado no livro “Elite da Tropa (2006)”, escrito por Luiz Eduardo Soares, André Batista e o ex-oficial do BOPE Rodrigo Pimentel. A inspiração de Moura para seu memorável capitão Nascimento. Além de discutir a corrução policial no Rio de Janeiro, o domínio das milícias sob a população das favelas, o trafico de drogas e a impotência do governo local em resolver isso de uma vez por todas. A película foi muito bem recebida por aqui e ainda levou o Leão de Ouro do Festival de Berlim de 2008. Isso impulsionou a continuação “Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora É Outro” em 2010. Agora Nascimento é tenente-coronel da Polícia Militar do RJ e está separado de Rosane (Ribeiro). Dividem a guarda do filho adolescente Rafael (Pedro Van-Held). Ela se casou com o professor de história e humanitário Diogo Fraga (Irandhir Santos). Ele e Nascimento possuem desavenças.
Mais uma vez dirigido por Padilha, que dividiu o roteiro com Bráulio Mantovani. Eles nos apresentam como numa ação mal sucedida comandada por Nascimento durante uma rebelião na prisão de Bangu Um, forçou sua saída do BOPE. Seu pupilo, capitão André Mathias (Ramiro) foi expulso da força policial. Em meio a isso, Nascimento vive um drama familiar. Não consegue se entender com o Rafael. Acreditando que o pai é um assassino, por causa do seu trabalho. Já André se afasta dele e se une à milícia, indicado por Fábio (Cortaz). O foco agora está nas milícias e sua união com o governador do Rio Gelino (Júlio Adrião). Além da convivência do Secretario da Segurança Publica Guaracy (Adriano Garib). Essa aliança garante a reeleição de Gelino nas comunidades carentes.
Já Nascimento transferido para o Serviço de Inteligência da Secretaria da Segurança Publica do RJ. Iniciando uma investigação que o leva ao envolvimento dos altos escalões de poder da cidade com a milícia e o trafico. Tem o auxilio do técnico em informática Valmir (Emílio Orciollo Neto). “Tropa de Elite 2” ganha contornos nacionais, exibe como o governo federal e o estadual possuem vínculos com o submundo do crime. Nascimento é o narrador da própria história e como bem disse no ato final: “Não é à toa que acontece tanto escândalo em Brasília. Entra governo e sai governo. A corrupção continua. Para mudar as coisas, vai demorar muito tempo. O sistema é foda. Ainda vai morrer muito inocente”.
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