O
cineasta Sam Raimi é mundialmente
conhecido por ter realizado a trilogia do amigo da vizinhança Homem-Aranha no
início dos anos 2000. Porem poucos sabem da sua origem no cinema terror com a
saga “Uma Noite Alucinante”. Ou popularmente chamada “A
Morte do Demônio”, vinda do seu título original “Evil Dead”. O que era um
trabalho de conclusão da faculdade de cinema se tornou um clássico do gênero
nos anos 80, estamos falando de “A Morte do Demônio (Evil Dead)” de 1981. Fazendo do velho tema, “filme ambientado numa cabana no meio de uma
floresta sinistra”, Raimi traz o
jovem Ash, interpretado por Bruce
Campbell, sua namorada e amigos, a passarem juntos um final de semana.
Até aí tudo bem, o problema é quando encontram o Livro dos Mortos. Um artefato capaz de despertar espíritos malignos. É o que acaba ocorrendo, como se diz por aí, “A curiosidade matou o gato”. Com poucos recursos, Sam traz efeitos rudimentares para evocar o mal e o elenco formado por atores amadores, incluindo o próprio Campbell. O filme inovou o gênero, além de adicionar muito bom humor em suas sequencias. Por exemplo, a cena em que Ash é possuído e precisa brigar com si mesmo. Inclusive corta a própria mão com uma serra elétrica, ela se tornou antológica. Ou a cena do estupro feita por um galho de arvore e a mocinha presa por arbustos e raízes. Por ser simples e direto, Raimi pode trazer de volta aquela sensação de medo dos antigos filmes Hammer. Onde o medo está presente e ele surge repentinamente para o espectador mais desavisado.
O impacto do filme foi tão grande que ele ganhou status de cult. Já em 1987. Sam traz um novo capitulo, “Uma Noite Alucinante (Evil Dead 2)”. Praticamente um reboot do original, com efeitos visuais e maquiagem melhores. Aproveitando ser mais visceral que em 1981. Sangue, membros arrancados, o humor ganha mais espaço e Bruce bem à vontade no papel. O mocinho no lugar errado e na hora errada. Desta vez, ele e a namorada vão passar o fim de semana até que surge o Livro dos Mortos e os problemas. Substituindo os amigos do casal, temos os donos da cabana. Estes também são vitimas dos espíritos malignos. Ash é o único sobrevivente desta insana viagem ao inferno proposta por Raimi. Com um orçamento mais robusto, pôde “brincar” com sua história. Que inclui uma ida ao passado para justificar os eventos vividos por Ash nos dois episódios.
Dai o mote para “Uma Noite Alucinante 3 (Army of Darkness, 1992)”. Ele é levado para os tempos do Rei Arthur. Onde inclusive luta ao seu lado contra as força do mal, vindas do Livro dos Mortos. Indo em busca dele, por conter um encanto que pode leva-lo de volta para casa. Apesar de dividir opiniões, este terceira parte ganha sua relevância com a homenagem ao saudoso Ray Harryhausen (1920 - 2013). Exemplificado com o exercito dos mortos vivos. Se você é um fã das animações em stop motion e o efeito visto no ultimo trabalho de Guillermo del Toro, “Pinóquio (2022)”, Ray é o criador desta arte. Sendo referencia do genial Phil Tippett, que criou o xadrez holográfico em “Star Wars Episódio IV: Uma Nova Esperança (1977)”. E vemos Ash substituindo a mão decepada por uma serra elétrica e acompanhado por uma espingarda.
Este reapareceu na serie Netflix “Ash vs. Evil Dead” com Bruce mais canastrão como nunca, no papel que marcou sua carreira e vida. Que revisa o próprio passado do personagem, citando seu emprego em uma loja de departamento. Ela durou três temporadas (2015 a 2018). Sam produziu uma nova versão de “Evil Dead” em 2013, “A Morte do Demônio”. Rejuvenescendo o conto, num tom mais sóbrio e visceral. Foi dirigido por Fede Alvarez, que mais tarde faria “Millennium: A Garota na Teia de Aranha (2018)”.
Em 2023, Raimi produziu mais
um capitulo para a franquia, “A Morte do Demônio: A Ascensão (Evil Dead Rise)”.
Saindo da floresta, indo para o prédio caindo aos pedaços em Los Angeles durante uma tempestade. Onde uma família
precisa enfrentar os demônios do Livro dos Mortos. O roteirista e diretor Lee Cronin apresenta nova
perspectiva sobre o universo criado por Sam
Raimi.
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